Modelo plus size brasileira impedida de embarcar em voo por 'ser gorda' consegue seguir viagem
Companhia aérea chegou a exigir que influenciadora pagasse por um assento extra de R$ 6 mil para conseguir pegar avião
Após ser impedida de embarcar do Líbano para o Catar — com destino ao Brasil — por ser supostamente considerada "gorda" pela companhia aérea Qatar Airways, a modelo plus size e influenciadora Juliana Nehme conseguiu seguir viagem nessa quinta-feira (24).
Na quarta-feira (23), a jovem usou as redes sociais para denunciar que foi vítima de gordofobia depois de ser proibida de pegar o avião com destino a São Paulo. Segundo ela, primeiro faria o trajeto entre Beirute, no Líbano, até Doha, Qatar, e posteriormente voaria para o estado brasileiro.
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Nessa quinta-feira, ela detalhou que recebeu suporte do embaixador do Brasil no país da Ásia Ocidental, além do Consulado Brasileiro, para conseguir embarcar sem pagar por um assento extra — além de outras taxas —, como chegou a ser exigido pela companhia área anteriormente.
"Tudo aconteceu muito rápido. Estava na casa da Embaixada que eles me levaram. Eles disseram que eu tinha que vir até o aeroporto. Me trouxeram aqui. A Qatar finalmente cedeu e eles aceitaram que eu e minha mãe fizéssemos a viagem do jeito que comprei, sem ter que pagar a multa e assento extra. Agora estou indo em direção ao portão de embarque", contou aos mais de 154 mil seguidores no Instagram.
Juliana também agradeceu o apoio que receber na internet. Já na aeronave, ela gravou outro vídeo. "Se Deus quiser amanhã [sexta-feira] estarei no Brasil, Gostaria de agradecer todo mundo que me ajudou", finalizou.
Na quarta-feira, a Qatar Airways disse ao Uol que a exigência da compra de uma passagem extra segue "as práticas da indústria e de forma semelhante à maioria das companhias aéreas", mas que "trata todos os passageiros com respeito e dignidade".
'Olham como se eu fosse um monstro'
Juliana foi impedida de seguir viagem e, na ocasião, relatou que a companhia aérea disse que ela não tinha direito à passagem econômica, adquirida por 1 mil dólares (cerca de R$ 6 mil), e que teria que adquirir uma executiva por 3 mil dólares (R$ 16 mil) ou dois bancos comuns para "caber no assento".
No desabafo, compartilhado nas redes sociais, a influenciadora chorou e disse que nunca havia sofrido tamanha gordofobia.
"Sempre fui muito realista comigo mesma. Sei que sou gorda e atrapalho. Falo pra minha mãe 'só vou viajar se você estiver do meu lado'. Se ela ficar do meu lado, infelizmente, atrapalho ela", detalhou.
"As pessoas olham pra mim como se fosse um monstro. Cada dia parece que a gente está errada. Ser gordo não é brincadeira. Não quero que ninguém passe pelo que eu passei. Foi horrível. Não consegue sair da minha cabeça aquelas mulheres olhando pra mim como se fosse um monstro."
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