Meta de entregar 2,4 bilhões de doses da vacina contra Covid em 2021 não deve ser batida, diz OMS

Atrasos na produção, falta de insumos, além de dificuldades logísticas estão entre os principais desafios da distribuição

Escrito por Ana Bottallo / Folhapress ,
Vacinas Covid-19
Legenda: A meta da OMS era vacinar até 20% da população dos países de renda média e baixa, que assinaram o acordo via consórcio Covax Facility
Foto: Natalia Kolesnikova/AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já admite a possibilidade de não atingir a meta de distribuir 2,4 bilhões de vacinas contra Covid-19 em todo o mundo até o fim de 2021. 

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A meta da OMS era vacinar até 20% da população dos países de renda média e baixa, que assinaram o contrato via consórcio Covax Facility, por não conseguiram fazer acordos multimilionários para compra de imunizantes diretamente com as produtoras.

No entanto, o principal gargalo para a distribuição dessas doses hoje é a capacidade de produção e o fornecimento de imunizantes das produtoras para o consórcio.

Atrasos na produção, falta de insumos, de seringas e agulhas para aplicação; além de dificuldades logísticas estão entre os principais desafios da distribuição global de vacinas contra Covid-19. 

No último domingo (2), o Brasil recebeu um novo lote de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca via Covax, totalizando, até o momento, pouco menos de 4 milhões de doses distribuídas pelo consórcio de um total de 42,9 milhões que foram acordadas pelo Governo Federal no valor de U$ 150 milhões.

Inicialmente, a previsão era que o consórcio enviasse ao país 9,1 milhões de doses até maio. No entanto, o país havia recebido apenas um lote, com 1 milhão de doses, até o fim de abril.

A principal consequência dos atrasos é uma vacinação desigual no mundo, segundo destaca a diretora de imunização da OMS, Katherine O'Brien. Países como o Reino Unido ou Israel têm mais de 60% de sua população já imunizada, enquanto outros, principalmente na África subsaariana e sudeste asiático, apresentam na média menos de 5% da população vacinada. 

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