Irã confirma 200 mortes em protestos após morte de Mahsa Amini

ONG aponta pelo menos 448 mortes, incluindo crianças

Escrito por Redação ,
Protestos Irã
Legenda: Protestos contra morte de Mash Amini, no IrãA
Foto: AFP

O Conselho de Segurança do Irã confirmou, neste sábado (3), que mais de 200 pessoas morreram durante os protestos no país. As informações são do jornal Deutsche Welle.

É a primeira vez que o Conselho de Segurança do país divulga o número de mortes nas manifestações. O órgão alega que as vítimas são "perturbadores e elementos contrarrevolucionários armados, integrantes de grupos separatistas".

Os protestos começaram em setembro, após a morte da jovem Mahsa Amini, presa pela polícia da moral, quando visitava Teerã com o irmão. Ela foi detida em 13 de setembro, acusada de supostamente violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica, que impõe o uso do véu às mulheres.

A onda de manifestações tomou todo o país, com mulheres que desafiam as autoridades e queimam os véus. As forças policiais reprimem os manifestantes a tiros

O balanço da ONG Iran Humans Rigths (IHR) de 29 de novembro, no entanto, aponta um número ainda maior. O levantamento indica 448 pessoas mortas nos protestos, incluindo 60 crianças e 29 mulheres.

As mortes ocorreram em 26 províncias. A ONG aponta ainda que alguns protestantes foram enforcados publicamente. 

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Morte de Mahsa Amini

Mahsa Amini, jovem de 22 anos natural do Curdistão, foi detida em 13 de setembro em Teerã acusada de "usar roupa inapropriada" pela "polícia da moral" - unidade responsável por observar o cumprimento do rígido código de vestimenta. Ela morreu em 16 de setembro em um hospital.

manifestante segura cartaz com a imagem da jovem Mahsa Amini durante protesto
Legenda: Protestos já se espalharam pelo mundo. Manifestantes fizeram ato diante da Assembleia Geral da ONU, em Nova York
Foto: STEPHANIE KEITH / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

De acordo com ativistas, Mahsa Amini foi agredida de maneira fatal na cabeça. As autoridades iranianas negaram e anunciaram a abertura de uma investigação. As manifestações começaram logo depois do anúncio da morte. 

As mulheres no Irã devem cobrir os cabelos e não têm o direito de usar peças curtas acima dos joelhos, calças apertadas ou jeans rasgados.

O caso ganhou repercussão internacional, inclusive com protesto na Copa do Mundo 2022