Helicóptero do Exército da Guiana desaparece próximo à fronteira com a Venezuela
Sumiço da aeronave acontece em um momento de alta tensão entre as nações devido a disputa territorial
Um helicóptero do Exército da Guiana, com sete pessoas a bordo, desapareceu nessa quarta-feira (6) próximo à fronteira do país com a Venezuela. O sumiço da aeronave acontece em um momento de alta tensão entre as nações devido a uma disputa territorial.
O porta-voz da Defesa guianense, Omar Khan, informou que o veículo perdeu contato "a 30 milhas [45 quilômetros] da fronteira", precisamente no território de Essequibo - região que é alvo da disputa entre os países.
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O general ainda acrescentou dizendo não ter informações que "sugiram" o envolvimento da Venezuela no desaparecimento. "O tempo estava ruim" e "estamos considerando todas as possibilidades", comentou. A busca pela aeronave continua nesta quinta-feira (7).
Disputa por Essequibo
A Venezuela afirma que o Essequibo faz parte de seu território, conforme eram as fronteiras em 1777, quando era colônia da Espanha, e recorre ao acordo de Genebra, assinado em 1966 antes da independência da Guiana do Reino Unido, que estabeleceu as bases para uma solução negociada e anulou uma decisão de 1899, que definiu os limites atuais.
A Guiana defende essa decisão e pede que seja ratificada pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), cuja jurisdição Caracas não reconhece.
Em referendo, realizado no último domingo (10), 95% dos eleitores venezuelanos votaram a favor da medida que prevê a incorporação de Essequibo à Venezuela.
Na terça-feira (5), presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, divulgou um novo mapa do país com a incorporação de Essequibo. A determinação é de que o mapa seja publicado e reproduzido em escolas e universidades.
Além disso, Maduro anunciou a criação da "zona de defesa integral Guiana Essequiba" e apresentou à assembleia de deputados do país um projeto de lei para a criação da província. Com isso, segundo especialistas, o decreto deixa claro que governo venezuelano vai tentar anexar, de fato, a região.
Os órgãos governamentais da Venezuela também já atualizaram as artes utilizadas para ilustrar as sedes atualmente. Entretanto, a ação não passou despercebida, o que gerou uma reação da Guiana.
Segundo Irfan Ali, presidente do país em questão, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve ser acionado o mais breve possível, já que a Corte Internacional de Justiça já havia proibido a Venezuela de tentar anexar Essequibo.