Evo Morales anuncia candidatura à presidência da Bolívia em 2025
Ex-presidente do país sul-americano lança nome ao pleito em meio a atritos com o atual presidente e ex-aliado Luís Arce
Um dos principais nomes recentes da política boliviana, Evo Morales, presidente do país entre 2006 e 2019, anunciou neste domingo (24) que será candidato à Presidência da Bolívia nas próximas eleições.
Morales se tornou o primeiro político da nação sul-americana a lançar publicamente a candidatura para o próximo pleito, previsto para ser disputado em 2025.
"Decidimos aceitar os pedidos de nossa militância e de tantos irmãs e irmãos para ser candidato à presidência de nossa querida Bolívia", escreveu Morales nas redes sociais.
Ainda de acordo com o ex-presidente boliviano, a candidatura é em virtude dos ataques do atual governo do país, comandado por Luís Arce, ex-aliado de Morales.
Apesar do anúncio do político, o partido dele, o Movimento ao Socialismo (MAS), governista, terá no início de outubro um congresso para formar comissão organizadora das eleições primárias que elegerão os candidatos à presidência e vice da Bolívia.
A cúpula do MAS e o próprio Morales vêm em clima de fogo cruzado entre membros da gestão Arce. O ex-presidente acusou os ministros Eduardo del Castillo e Iván Lima, de Governo e Justiça, respectivamente, de perseguição política, tentando envolvê-lo em acusações de corrupção.
Com o aumento das tensões, a definição dentre os partidos de situação, com o anúncio de Morales, estão bipartidas entre o ex-presidente e Luís Arce, no poder desde novembro de 2020. O atual mandatário já declarou que a pauta da reeleição ainda está fora de agenda.
Há ainda discussões sobre a constitucionalidade da candidatura de Morales. A lei da Bolívia diz que o mandato presidencial é de cinco e que pode haver reeleição apenas uma vez de forma contínua.
Iván Lima afirmou que o Tribunal Constitucional deve decidir se pode haver uma única reeleição. Morales interpreta que é permitido a um ex-presidente nova candidatura após transcorrido um mandato presidencial.
O ex-chefe de Estado da Bolívia ficou no cargo até novembro de 2019, quando renunciou e fugiu para o México pressionado pelas Forças Armadas do país.
Depois de o País ser interinamente governado por Jeanine Añez, Arce, que até aquele momento era parceiro político de Morales, venceu as eleições de 2020, o que abriu caminho para o retorno do ex-presidente para a Bolívia.