Eleição em Buenos Aires testa força política da oposição à Presidência

O foco dessa eleição preliminar está voltada para a disputa interna do principal partido de oposição ao governo, o PRO, de Maurício Macri

Escrito por Folhapress ,

Eleitores da cidade de Buenos Aires escolhem neste domingo (25) os candidatos de cada partido que disputarão as eleições para chefe de governo da capital em 5 de julho deste ano.

É a primeira vez que há na capital argentina as Primárias Abertas Simultâneas Obrigatórias (PASO), primeira etapa do processo eleitoral argentino, instituída em 2009.

Atual chefe de governo de Buenos Aires, Maurício Macri vai disputar as eleições presidenciais deste ano e aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais mais recentes. Na sua frente, está o candidato governista Daniel Scioli, do mesmo grupo político da presidente Cristina Kirchner.

Macri declarou publicamente apoio ao seu chefe de gabinete, Horácio Rodríguez Larreta, para sucedê-lo no governo da cidade. Ele vai disputar a vaga com a popular senadora Gabriela Michetti, que até 2009 era a vice de Macri no governo de Buenos Aires.

Analistas argentinos avaliam que se Michetti superar Larreta nestas primárias isso poderia debilitar a força política de Macri e ferir seu intento como candidato nacional.

Seus dois aliados fizeram uma campanha de poucos ataques e prometeram aparecer juntos, vença quem vencer, na noite deste domingo. O futuro dos dois e sua movimentação política após as primárias, porém, ainda são incertos, assim como é desconhecido o futuro de políticos do PRO que se dividiram entre "larretistas" e "michettistas" nas últimas semanas.

As pesquisas mais recentes, publicadas nos jornais deste sábado (25), indicam uma vitória apertada de Larreta sobre Michetti, o que aumentou a expectativa em relação ao resultado das urnas.

Na reta final, Macri optou por se distanciar da disputa local e viajou a Córdoba, segundo principal distrito eleitoral do país, para costurar alianças regionais.

Outro foco de atenção está em qual partido assumirá o segundo lugar em votos na capital.

A disputa está entre o ECO, do ex-ministro de Cristina Kicrhner Martin Lousteau, que rompeu com o governo e hoje lidera os radicais na capital, e o Frente para la Vitória, do atual presidente da Aerolineas Argentinas Mariano Recalde.

O candidato governista pertence ao movimento La Cámpora, comandado pelo filho de Cristina, Máximo Kirchner, e não tem experiência política.

O resultado que obtiver Recalde e o FpV nestas primárias servirá como guia da intenção de votos que o governo poderá registrar na capital durante as eleições presidenciais e, ainda, medir a capacidade de transmissão de votos que tem a presidente Cristina Kirchner.

A capital é um dos principais redutos oposicionistas na Argentina, com 2,5 milhões de eleitores. É o quarto principal colégio eleitoral do país, atrás das províncias de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé.