Conheça Julieta Lanteri, homenageada do Google nesta quarta-feira (22)
Se viva, a médica ítalo-argentina estaria completando 150 anos neste dia
O Doodle do Google celebra, nesta quarta-feira (22), os 150 anos de nascimento da médica ítalo-argentina Julieta Lanteri, primeira mulher a votar na Argentina e na América do Sul. Defensora dos direitos das mulheres, ela trabalhou incansavelmente para melhorar a saúde das pessoas.
A homenagem à profissional da saúde está disponível somente para usuários que acessam o buscador pela rede de computadores do Brasil, do México, da Argentina, da Colômbia, do Peru, do Chile e do Uruguai.
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QUEM É Julieta Lanteri?
Nascida em Coni, na Itália, em 1873, Lanteri emigrou com a família para La Plata, na Argentina, quando tinha cerca de seis anos. No país sul-americano, ela foi a primeira mulher a frequentar o Colégio Nacional de La Plata, onde se formou em Farmacologia, em 1898. Em seguida, ingressou na Universidade de Buenos Aires.
Em 1907, se formou em Medicina, sendo uma das cinco primeiras mulheres a concluir a graduação na área no território argentino. Nos 13 anos seguintes, Lanteri viajou regularmente para a Europa para trabalhar em hospitais e aprender sobre saúde para mulheres e crianças.
Além do pioneirismo na Educação, a ítalo-argentina foi sufragista, defendendo o direito do gênero feminino votar. Em 1910, ajudou a organizar o primeiro Congresso Internacional de Mulheres.
No seguinte, após se casar com o também médico Albert Renshaw, obteve a cidadania argentina e se tornou a primeira mulher a votar na América do Sul, em 1911, ao participar das eleições do Conselho Deliberativo. Depois dessa conquista, a Lei Eleitoral do País foi alterada para exigir o serviço militar — apenas homens podiam se alistar.
Apesar das conquistas históricas, Lanteri continuou lutando por mais espaço e chegou a criar o próprio partido, a União Nacional Feminista. A plataforma da legenda defendia direitos como sufrágio universal, igualdade de gênero, condições justas de trabalho, auxílio-creche, benefícios de maternidade, entre outros. Entre 1919 e 1932, ela concorreu ao cargo de deputada nacional, mas não foi eleita.
Lanteri faleceu ainda em fevereiro de 1932, aos 58 anos, após ser atropelada por um carro enquanto atravessava uma rua. Se o episódio foi somente um acidente ou um assassinato é algo debatido até os dias atuais, conforme a Universidade da Carolina do Norte, dos Estados Unidos. Mais de mil pessoas compareceram ao enterro da médica ativista.
Somente em 1947, as mulheres argentinas conquistaram o direito ao voto, mais de 15 anos após a morte de ítalo-argentina.