Brasileira quase morre ao ser atacada por matilha de cachorros de rua no Chile

A jovem de 25 anos passou por uma cirurgia

Escrito por Redação ,
Montagem entre brasileira e cachorros
Legenda: Cachorros atacaram a mulher em 4 de janeiro
Foto: Reprodução/Redes sociais

Uma brasileira de 25 anos quase morreu após ser atacada por sete cães em San Pedro de Atacama, no Chile, na última quinta-feira (4). Clara de Oliveira atua como vendedora de passeios turísticos e mora na cidade há dois anos. O governo da cidade pediu a eutanásia de 4.500 cachorros após o incidente com a jovem. As informações são da CNN

"Quase morri. Se o motorista não tivesse chegado naquele minuto… eu já estava esperando que me matassem, lembro que pensava muito para me matarem logo, que fosse rápido, porque eu estava em estado de desespero no chão e não tinha mais forças para gritar, então eu queria que acabasse logo, porque eu achava que ninguém ia passar", contou.

A jovem de 25 anos ainda contou que foi salva por um motorista que avançou com o carro para cima dos cães, além de buzinar bastante. Ela relata que os animais morderam a perna, glúteos, braço esquerdo, da axila esquerda até o cotovelo e o direito inteiro. As costas da vendedora também ficaram "muito raladas" porque ela foi arrastada.

"Fui desmaiando de dor, acordando no meio do processo, tentando espantá-los para não pegarem meu rosto. Por isso meu braço está bem mordido. Quando cheguei ao hospital eu gritava e chorava muito, assustada, até eles me darem calmante. Estava em estado de choque", ela relatou ainda que precisou levar cerca de 20 pontos e perdeu muito sangue.

A prefeitura da cidade informou que irá arcar com as contas da vendedora. Sebastián Carreño, diretor de Segurança Pública de San Pedro do Atacama, informou que os animais foram identificados por câmera de segurança. 

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"Alguns cachorros que a atacaram são selvagens e alguns são de domicílios particulares. Fomos ao domicílio do dono de alguns, mas ninguém atendeu. Isso dificulta a fiscalização. Os vizinhos se protegem e dizem que os cachorros são da rua", explicou.

Como ataque ocorreu

Clara foi atendida em um hospital em Calama. O ataque ocorreu durante a tarde, na rua onde vive. "Eram duas da tarde, e as pessoas não ficam na rua nesse horário por causa do sol, que é muito forte aqui. Não tinha ninguém na rua e nenhum carro passando. Primeiro fui atacada por um cachorro pequeno, que mordeu só minha calça. Eu gritei e ele saiu correndo”, relatou.

Ela relata que após o primeiro ataque continuou andando, mas o cão voltou acompanhado de uma matilha. "Ele voltou acompanhado com cerca de 8 a 10 cachorros, que me atacaram por trás e me derrubaram. Fiquei de oito a dez minutos sendo mordida e arrastada de um lado para o outro pelos cachorros até alguém escutar", disse.

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Outros ataques

Em outubro de 2023, uma guia turística foi morta após ser atacada por uma matilha. Daniela Gamboa tinha 27 anos. Em dezembro do mesmo ano, um menino de 5 anos perdeu a orelha após o ataque de cachorros. 

"Tem vários amigos brasileiros que contam que estavam andando de bicicleta e vários cachorros correram atrás deles, mas não conseguiram pegá-los”, afirma ela, dizendo acreditar não ser somente uma matilha a responsável pelos ataques.

Conforme Carreño, os ataques "não são tão comuns”, contudo tiveram um aumento. "São casos fortuitos, não é que acontecem todos os dias. O caso da Daniela foi em outubro do ano passado, o da Clara foi agora. Teve três meses entre eles. É uma questão de preocupação dos cidadãos porque gera uma histeria coletiva”, relatou. 

O diretor ainda explica que medidas estão sendo tomadas para mudar a realidade do local. "Estamos tomando as rédeas do assunto e uma determinação foi publicada nesta segunda (8), endurecendo as multas para os donos e responsáveis por cachorros [que ataquem a população]”, garantiu.

Eutanásia de 4,5 mil cães

Após o ataque, o município pediu a eutanásia de cerca de 4.500 cães de rua. O pedido ocorre após pelo menos três pessoas serem vítimas da matilha. 

Em ação judicial enviada ao Ministério da Saúde, o município descreve a medida como necessária para evitar outros casos.

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