Gabriel Attal é o primeiro-ministro mais jovem da França desde 1958; saiba mais

Nomeação ocorre após o pedido de demissão de Élisabeth Borne

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Após demissão de Borne, Após demissão de Borne, Attal se torna também o primeiro chefe de governo abertamente gay na história do país

se torna também o primeiro chefe de governo abertamente gay na história do país
Legenda: Após demissão de Borne, Attal se torna também o primeiro chefe de governo abertamente gay na história do país
Foto: Reprodução/Instagram

O presidente francês Emmanuel Macron, nomeou, nesta terça-feira (9), o ministro da Educação, Gabriel Attal, como primeiro-ministro. Conforme fontes oficiais, o objetivo é recuperar o mandato dele em um ano marcado pelas eleições europeias e pelos Jogos Olímpicos.

Attal, que aos 34 anos se tornou o mais jovem primeiro-ministro francês e o primeiro homossexual assumido, terá o desafio de travar a ascensão da extrema-direita na França e impedir a chegada ao poder em 2027. 

Veja também

Para isso, o futuro inquilino de Matignon deve promover o rearmamento "industrial, econômico, europeu" e também "cívico", que o presidente centrista de 46 anos prometeu em 31 de dezembro para impulsionar o seu segundo mandato.

"Sei que posso contar com a sua energia e o seu empenho para implementar o projeto de rearmamento e regeneração que anunciei", escreveu Macron na rede social X, em uma mensagem dirigida ao seu novo chefe de Governo.

"O meu objetivo será manter o controle do nosso destino e liberar o nosso potencial francês", confirmou Attal durante a cerimônia de transferência de poder, na qual estabeleceu os eixos: trabalho, empresas, juventude e escola.

Sucessão

'A sua história pessoal, bem como a sua ética política, tornaram-no um exemplo', publicou Gabriel Attal sobre Elisabeth Borne
Legenda: 'A sua história pessoal, bem como a sua ética política, tornaram-no um exemplo', publicou Gabriel Attal sobre Elisabeth Borne
Foto: Reprodução/Facebook

Attal sucede Élisabeth Borne, de 62 anos, que renunciou ontem depois que Macron indicou a ela que desejava nomear um novo primeiro-ministro, de acordo com carta de renúncia.

Seus 20 meses como chefe de um governo sem maioria absoluta no Parlamento foram marcados por protestos contra a reforma da Previdência, imposta por decreto, e pelos distúrbios urbanos em meados de 2023.

"Nunca retrocedi de nenhuma reforma. Realizei os projetos que considerei justos e necessários para o nosso país. E me mantive firme no rumo traçado pelo presidente", disse Borne, vestida de preto durante despedida.

No entanto, a aprovação, em dezembro, de uma reforma migratória, que o governo endureceu para obter o apoio da direita, dividiu o partido no poder e reforçou a vontade de Macron de relançar o seu segundo mandato com um novo governo. 

Imagem positiva

Gabriel Attal defendeu uma escola de 'direitos e deveres'
Legenda: Gabriel Attal defendeu uma escola de 'direitos e deveres'
Foto: Reprodução/Instagram

Com uma imagem de "bom aluno", Gabriel Attal, cuja carreira política começou no Partido Socialista antes de ingressar nas fileiras de Macron em 2016, também encarna a natureza direitista da política do presidente centrista. 

Durante os seis meses à frente do importante Ministério da Educação, defendeu uma escola de "direitos e deveres", proibiu a abaya – vestimenta usada pelas mulheres muçulmanas – e disse estar aberto a experimentar o uso de uniformes.

Este filho de um produtor de cinema e ex-aluno da elitista Escola Alsaciana de Paris também anunciou o retorno dos repetentes ou a introdução de grupos de níveis para aulas de francês e matemática no ensino médio.

A ascensão política – de secretário de Estado em 2018 a primeiro-ministro, passando por porta-voz do governo, ministro das Contas Públicas e da Educação – faz lembrar a de Macron, que se tornou presidente em 2017, aos 39 anos. 

 

Assuntos Relacionados