Telescópio vem ajudando os cientistas a obter mais informações sobre o universo
A Nasa divulgou, nessa segunda-feira (21), mais imagens surpreendentes da famosa Nebulosa do Anel, com suas estruturas dos estágios finais de uma estrela moribunda.
As imagens foram capturadas pelo telescópio James Webb, que vem ajudando os cientistas a obter mais informações sobre o universo. Agora, pesquisadores estão focados em desvendar os mistérios sobre a fase do ciclo de vida de uma estrela semelhante ao Sol e, também, a respeito da formação e evolução de nebulosas como essa da foto.
"Antigamente, pensava-se que a nebulosas planetárias eram objetos simples e redondos, com uma única estrela moribunda no centro", disse o pesquisador da Universidade de Cardiff, Roger Wesson, ao blog da Nasa.
"Observações modernas, no entanto, mostram que a maioria das nebulosas planetárias exibe uma complexidade impressionante. Isso levanta a questão: como uma estrela esférica cria estruturas não esféricas tão intricadas e delicadas?", continua ele. O cientista acredita que uma estrela companheira pode ajudar a explicar a nova forma capturada pelo telescópio.
Wesson explica que as nebulosas foram assim nomeadas quando ainda eram observadas por pequenos telescópios, nos quais pareciam ter aparência borrada, semelhante a planetas.
"A Nebulosa do Anel é um alvo ideal para desvendar alguns dos mistérios das nebulosas planetárias. Ela está próxima, aproximadamente a 2.200 anos-luz de distância, e é brilhante —visível com binóculos em uma noite de verão limpa do hemisfério Norte e grande parte do Sul", disse Wesson.
Composição
Ainda segundo o pesquisador Roger Wesson, as novas imagens permitiram identificar a composição da Nebulosa do Anel. Ele disse que o anel central é composto de cerca de 20 mil densos aglomerados individuais de hidrogênio molecular, cada um com massa aproximadamente igual a da Terra.
O cientista afirmou também que no anel há emissão de moléculas complexas de carbono (hidrocarbonetos aromáticos policlínicos), que os cientistas não esperavam encontrar ali.
“Uma revelação surpreendente foi a presença de até dez características concêntricas regularmente espaçadas dentro deste halo fraco [fora do círculo central mais brilhante]. Esses arcos devem ter se formado a cada cerca de 280 anos, à medida que a estrela central estava perdendo suas camadas externas”, afirmou o cientista.
“Quando uma única estrela evolui para uma nebulosa planetária, não há nenhum processo que conhecemos que tenha esse tipo de período de tempo. Em vez disso, esses anéis sugerem que deve haver uma estrela companheira no sistema, orbitando a uma distância semelhante à que Plutão está do nosso Sol. À medida que a estrela moribunda estava liberando sua atmosfera, a estrela companheira moldou o fluxo e o esculpiu. Nenhum telescópio anterior tinha a sensibilidade e a resolução espacial para descobrir esse efeito sutil”, explicou Wesson.