Cientistas se preocupam com 'encolhimento da Lua' e como isso afeta futuras missões; entenda

Estudo do geólogo Tom Waters aponta terremotos lunares superficiais

Legenda: Houve um registro de terremoto recentemente no polo sul da lua
Foto: Shutterstock

Cientistas apontam, em estudos recentes, que a Lua vem encolhendo ao longo de centenas de milhões de anos e o fenômeno tem causado terremotos lunares superficiais. Entretanto, o movimento citado pode afetar futuras missões humanas. A pesquisa é do geólogo Tom Waters e as informações foram publicadas pelo jornal Estadão

O terremoto mais recente foi registrado no polo sul da lua, próximo dos potenciais locais de pouso da missão Artemis III, da Nasa. Na área, a especulação é de que seja possível encontrar gelo à base de água, com a região sendo atrativa pelos grandes sombreamentos.

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O fenômeno intenso citado no estudo do geólogo estaria diretamente relacionado a um conjunto de falhas sismicamente ativas, formadas durante o encolhimento lunar. Estes tremores poderiam desencadear deslizamentos de terra por conta de rochas soltas e poeira das crateras próximas. 

O encolhimento é atribuído ao resfriamento natural do núcleo fundido, em um processo no qual a lua se contrai e se adapta a uma mudança de volume. Por conta disso, cristas, conhecidas como "falhas de empuxo", são formadas. 

A atração gravitacional da Terra sobre a Lua também influencia o encolhimento. Ao aplicar força à superfície lunar e adicionar estresse, a gravidade ajuda a formar falhas de empuxo na Lua.

CONSEQUÊNCIAS PARA A TERRA

O encolhimento da Lua não tem impacto significante para a Terra, segundo a pesquisa. Por exemplo, a mudança de tamanho não irá alterar a ocorrência de eclipses. Como a massa não está mudando, as marés não serão afetadas.

Porém, cientistas apontam que futuras missões poderão ser prejudicadas. As futuras bases lunares deverão ser instaladas longe de fontes sísmicas para evitar danos ou construídas de modo que tenham capacidade para resistir a abalos sísmicos. 

Outros pesquisadores acreditam que é muito cedo para determinar o impacto nas missões e até defendem a possibilidade de que as bases não serão prejudicadas.