Presidente do BNB nega interferência política e descarta perda do microcrédito pelo Banco

Anderson Possa detalha um programa de governança que está fortalecendo um dos principais ativos do Banco, que é o credamigo

Legenda: Presidente destaca a importância do microcrédito para o banco que chega a fechar 20 mil operações do tipo em um dia
Foto: Fabiane de Paula

O presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Anderson Possa, nega que tenha havido pressão do Governo Federal com viés político em relação ao programa de microcrédito do banco. Ele faz questão de enfatizar que não há riscos de a Instituição perder o controle sobre este ativo e que regras de governança estão sendo adotadas para fortalecer ainda mais o programa.

Produtos como o Credamigo, considerado o maior programa de microcrédito da América Latina, é um dos principais ativos do banco e esteve envolto em uma polêmica política no mês de setembro.  

Naquele momento, o presidente Nacional do PL, Valdemar Costa Neto, publicou vídeo em que cobrou a destituição de toda a diretoria por conta de um contrato para a gestão do programa com o Inec (Instituto Nordeste e Cidadania), uma instituição contratada na época do governo Lula para gerir um programa de cerca de R$ 15 bilhões

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Após as pressões, o então presidente Romildo Rolim acabou deixando o cargo e foi substituído por Anderson Possa, que já fazia parte da diretoria, conforme antecipou esta Coluna, à época.

R$ 15 bilhões
É o valor movimentado pelos programas de microcrédito da Instituição

O presidente evita entrar no embate político, mas comenta as especulações ocorridas no período. “Fizeram ilações. Agora, em relação a governança, não é salutar que um programa de R$ 15 bilhões seja gerido por uma mesma empresa, por contratação direta, durante 18 anos. Por isso, abrimos um credenciamento, até para conhecermos o mercado”, detalha o gestor.

Após a concorrência, nenhuma das empresas conseguiu se credenciar, o que voltou a gerar especulações no campo político.  

“Vou contratar uma empresa que pode trazer risco para o programa por causa de uma ilação? Não. Nós somos responsáveis com o Banco, com nós mesmos e com a população. Neste período de pandemia, o microcrédito fez uma diferença incrível”.
Anderson Possa
Presidente do BNB
 

Reestruturação do programa 

Enquanto o Banco atua em um grupo de trabalho para reestruturar o microcrédito, o Inec segue como parceiro, mas o contrato, no entanto, não deve ser renovado.  

O grupo de trabalho interno está levantando todas as questões referentes ao microcrédito desde os imóveis geridos (cerca de 400), os equipamentos e links de dados dos operadores. Todas essas questões passaram à gestão interna do próprio Banco.  

Tudo isso, diz o presidente, embora não haja denúncias, faz parte de um conjunto de ações de governança adotadas pela atual gestão. 

“Estamos fazendo um estudo para arrumar outras formas de internalizar a inteligência do programa. Em 30 dias devemos anunciar como vamos fazer.”, detalha.