O Conselho de Administração do BNB cancelou a reunião marcada para a manhã desta segunda-feira (3) e soltou um comunicado ao mercado negando as mudanças veiculadas na imprensa sobre possível troca no comando do banco.
O “fato relevante”, como é conhecido o comunicado, diz que segue inalterada a diretoria, mas nada traz sobre a guerra política a qual a instituição financeira do povo nordestino está submetida neste momento.
De acordo com o comunicado, Anderson Possa segue como presidente interino. Nos bastidores, José Gomes da Costa, nome apontado como novo presidente da instituição, teria esbarrado no fato de ter sido filiado ao PT em 2003.
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O fato relevante comunicado agora, entretanto, apenas empurra para os próximos dias novos capítulos do embate entre políticos de peso nacional pelo comando do microcrédito do BNB, um negócio de R$ 15 bilhões que tem a capilaridade de fechar pequenos empréstimos a pequenos empreendedores, que pode chegar a 20 mil assinaturas de contratos em um único dia.
Um sistema que vem há duas décadas fazendo um banco de dados valioso do ponto de vista financeiro e, principalmente, político, por identificar onde estão essas pessoas e quais os perfis delas. Ter controle sobre isso tem um peso grande no ano eleitoral.
Enquanto os caciques nacionais disputam o banco, a bancada federal cearense no Congresso Nacional acompanha sem um único líder que tenha poder de influência para proteger a instituição no governo Bolsonaro.
Alias, o governo Bolsonaro está chegando ao fim sem que o Ceará tenha formado um único líder capaz de ser um interlocutor de grandes projetos do Estado. Deputado e senadores cearenses apenas assistem a briga política de outros caciques por uma instituição cuja sede é Fortaleza.
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto (PL-SP), publicou um vídeo pedindo a destituição do presidente Romildo Rolim e de toda a diretoria do Banco do Nordeste (BNB) no dia 27 de setembro de 2021.
Costa Neto explicou que o motivo do pedido seria um contrato de R$ 600 milhões da instituição financeira com o Inec (Instituto Nordeste Cidadania), ONG parceira do BNB na operacionalização do Crediamigo e Agroamigo.
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À época, o BNB pontuou por meio de nota que o termo de parceria com o Inec existe desde 2003, quando teve início o processo de expansão do microcrédito produtivo e orientado do BNB e que a contratação está em conformidade com a legislação vigente.
A entidade afirmou que iniciou em 2019 estudos para reavaliar sua atuação no segmento de microcrédito contratando um banco de investimento. Em 30 de setembro, o Conselho de Administração do BNB decidiu pela destituição de Romildo Rolim da presidência e pela nomeação de Anderson Possa como presidente interino.