Volante Fernando é o quarentão do futebol paulista

O Campeonato Paulista passa a contar a partir de hoje com um jogador quarentão - bem menos badalado, claro, que Romário, com seus 41 anos e 999 gols. É o volante Fernando, do Marília, que nasceu em Uberlândia (MG) no dia 3 de abril de 1967.

"Até onde sei, no Brasil inteiro, sou só eu e o Romário", diz Fernando. "Mas participo de todos os treinos e jogos. Em todo o Paulista só lembro de ter sido substituído uma vez, mas só porque tive o supercílio cortado e levei alguns pontos", disse o jogador, que ficou de fora apenas de uma partida no campeonato - contra o Juventus, por suspensão -, enquanto Romário tem sido freqüentemente poupado no Vasco.

Além disso, Fernando é obrigado a correr muito mais que Romário. Como volante, precisa marcar o adversário e ainda ajudar lá na frente - chegou até a fazer um gol, no último domingo, contra o Bragantino. "Não faço nada de diferente dos outros jogadores. E faço as mesmas coisas que fazia no começo da carreira. Só pode ser a genética", disse o novo quarentão. E o motivo para essa tese tem até nome: 'seu' Vicente, seu pai. "Com 70 anos ainda vai à academia toda semana. E também bate sua peladinha.

Fernando Henrique Mariano começou a jogar profissionalmente aos 19 anos, no Uberlândia Esporte Clube. Depois foi para o Mogi Mirim, no 'carrossel caipira', de Válber, Rivaldo e Leto. Mas foi no Guarani, em 1994, que começou a despontar. De lá foi para o Inter-RS, onde chegou a ganhar a Bola de Prata (da Revista Placar) como melhor volante do Brasil e foi cogitado para a seleção. Passou pelo futebol japonês, retornou ao Brasil em 2000 para jogar pelo Palmeiras de Felipão.

Do Palmeiras, a grande recordação não é das mais agradáveis. "No La Bombonera, contra o Boca, sofri um pênalti e o juiz não deu. Acabamos eliminados da Libertadores (em 2001)", lembrou.

Fernando atuou ainda por Juventude, Botafogo e Santo André, antes de chegar ao Marília, onde pretende encerrar a carreira, no final do ano - seu contrato acaba no final do Paulistão. "Mas acho que não terei problema em renovar. Estou produzindo bem e ainda quero jogar a Série B do Brasileiro", disse.

E depois, Fernando já sabe o que fazer: começar a carreira de treinador. "A escola que tive foi muito boa. Aprendi com Luxemburgo, Felipão, Levir Culpi. Penso em tirar um pouco de cada e construir meu estilo próprio.