Voadora no meio da ´pleura´

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Redação producaodiario@svm.com.br
Iê iê; arre égua, macho; lá se foi a prega rainha; tô com dor na pleura; e muito mais. O cearensês foi a linguagem escolhida para contar uma história de amor ao cinema e às artes marciais. O Cine Holliúdy, produção cearense gravada em Quixadá, Pacatuba e Quixeramobim, estreia oficialmente amanhã nas salas do Brasil, a começar pelo Estado onde foi feito, e promete resgatar uma história que vive apenas no imaginário de quem viveu no interior do Nordeste, onde em cada cinema havia um filme de Bruce Lee, na década de 1970.

Halder e Edmilson (à direita) juntam humor e amor pelas artes marciais no filme FOTO: KLEBER A. GONÇALVES

Quem traz essas reminiscências à tona, de forma bem humorada, mas também comovente, são os cearenses Halder Gomes e Edmilson Filho. O primeiro é cineasta, nascido em Senador Pompeu, ex-dublê de filmes de ação de Hollywood (a de verdade, nos Estados Unidos) e fundador da Federação Cearense de Taekwondo. Já Edmilson Filho é pupilo de Halder e se tornou tri-campeão brasileiro e integrante da seleção nacional no fim da década de 1990.

Juntos, eles fizeram um curta "O astista contra os caba do mal" (sic) onde mostraram o encanto da população do Ceará pelos filmes de artes marciais. O curta ganhou o mundo afora e 42 prêmios. Foi o trampolim para o longa Cine Holliúdy.

Preconceito

"Desde o momento que escrevi a primeira linha do roteiro desse filme, sabia que estava sendo escrita ali uma história no cinema cearense", conta Halder, ressaltando que a maior parte dos envolvidos no filme são nascidos no Ceará. O filme é distribuído por uma das gigantes do mercado, a Downtown Filmes. Mas nem sempre foi assim. "Antes, não havia apoio. Ah! Esse é só um cara que luta que quer se meter a fazer filmes´, diziam por aí. Mas aprendi observando durante os intervalos, como dublê, nos filmes americanos", revela.

Edmilson faz Francisgleydsson, assim como ele, amante do cinema e das artes marciais . "O personagem agora está mais completo que no curta. Exige mais de mim como ator. É um contador de histórias", fala.