Com desfalques, Ceará terá nova estratégia contra o Internacional

Vovô chega para duelo sem o zagueiro Luiz Otávio, os laterais Bruno Pacheco e Samuel Xavier e o atacante Leandro Carvalho, todos suspensos. Guto Ferreira, que foi expulso contra o Santos, deve apostar em time alternativo

Legenda: Confusão pós-jogo marcou Ceará x Santos
Foto: Kid Junior

A conta de expulsões, cartões amarelos e da arbitragem confusa de Wagner Reway (PB) contra o Santos, no último sábado, na Arena Castelão, trouxe sérios problemas ao Ceará para a sequência da Série A do Campeonato Brasileiro. Além do revés por 1 a 0, o time deixou o campo com quatro atletas suspensos e o treinador Guto Ferreira impedido de ficar à beira do gramado devido a cartão vermelho.

As situações - oriundas de uma partida muito nervosa - são refletidas na partida da 9ª rodada: diante do Internacional, quinta-feira (10), às 19h15, no Beira-Rio. Para recompor o time e seguir competitivo, o Vovô deve enviar time alternativo ao confronto.

“Em sete jogos, a nossa equipe só tinha tido uma punição de suspensão, que foi o Lima, por cartão amarelo, e não tinha tido expulsão nenhuma. Hoje, a gente sai com três expulsões, mais a minha, e mais um jogador penalizado, ou seja, com quatro baixas para enfrentar o Inter”, lamentou Guto Ferreira.

O problema principal é a formação defensiva, setor mais trabalhado pela nova comissão técnica. Por acúmulo de cartões, o zagueiro e capitão Luiz Otávio cumpre suspensão automática. Os laterais Bruno Pacheco (soma de dois amarelos) e Samuel Xavier (vermelho direto) também foram expulsos - o atacante Leandro Carvalho integra a somatória de expulsões, por reclamar com a arbitragem.

Em tese, os remanescentes foram o goleiro Fernando Prass e o defensor Tiago Pagnussat no esquema 4-2-3-1. A necessidade de substituição do trio titular afeta diretamente a proposta alvinegra de saída de bola qualificada, com os laterais armando e contribuindo no sistema ofensivo.

Pelo nível de dificuldade do confronto, o espaço deve ser utilizado para maior variação do elenco e administração do desgaste físico de peças-chave, como o meia Fernando Sobral. Em grande fase, o atleta totaliza 14 partidas consecutivas desde retorno da modalidade devido à pandemia de Covid-19.

Substitutos e estratégias

No trabalho de Guto, a manutenção tática é fundamental pelo entrosamento, as variações ocorrem nos conceitos aplicados em campo, seja adiantar ou recuar as linhas de marcação, por exemplo. Logo, na recomposição dos desfalques, cada peça tem no banco uma opção imediata.

Na direita, Eduardo pode herdar a vaga: o lateral de 33 anos soma sete partidas na temporada, sendo uma no Brasileirão. Do outro lado, a esquerda tem como principal candidato Alyson, atleta que também participou de um único jogo no torneio nacional.

A dupla tem como característica a forte condução da posse, ou seja, acelera o ritmo nas transições ofensivas. Como costumam chegar até a linha de fundo, tornam o campo mais profundo pelas infiltrações e conseguem explorar os espaços deixados nas pontas.

Outro com chance de entrar é o zagueiro Gabriel Lacerda. Formado na base alvinegra, o atleta fez dupla com Pagnussat na vitória sobre o Atlético/GO, fora de casa, e tem no lançamento um dos melhores atributos técnicos. A jogada tem valor no momento de alta pressão adversária ou mesmo conexão ao ataque em organização ofensiva menos trabalhada com a posse.

Dentre os postos, o de mais disputa interna é a função de Leandro Carvalho. O meia Lima e o atacante Mateus Gonçalves competem, com mais indicação para o segundo devido velocidade. Em todo caso, o Vovô tem armas para ser reativo, bloquear o Colorado e investir no contra-ataque com um plantel renovado de energia e adepto desse perfil de jogo.