Atacante comentou em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste sobre a sua adaptação na Suíça, planos para a carreira na Europa, sonho de defender a Seleção Brasileira novamente e um futuro retorno ao Ceará
Dos campos de Porangabuçu para os gramados do Velho Continente. A história de Arthur Cabral no futebol tem sido de evolução constante. Revelado pelo Ceará, o jovem de 22 anos conquistou dois Campeonatos Cearenses e foi artilheiro da equipe em 2018, ano que foi vendido ao Palmeiras.
Antes de se apresentar ao time paulista, Arthur foi muito importante para a permanência do Vovô na elite do futebol brasileiro, marcando gols decisivos para pontos importantes, como diante do Sport, Cruzeiro (dois), Santos e Chapecoense, além de um diante do futuro clube no Pacaembu. Assim ele deixava Porangabuçu como ídolo da torcida, que o chamava de Rei Arthur. Apelido esse ganho após um título estadual contra o Fortaleza e gols na decisão.
A passagem pelo Palmeiras não foi a que ele esperava, marcando apenas 1 gol em seis jogos. No entanto, uma nova chance na carreira surgiu, ao ser emprestado ao Basel, da Suíça. E lá, tem se destacado pelos 11 gols e 5 assistências em 25 jogos.
Se balançar as redes mais uma vez, vai alcançar a meta estipulada em seu contrato que obriga sua compra em definitivo pelo clube europeu. O negócio pode render cerca de R$ 8,92 milhões aos cofres do Ceará, que detém 50% dos direitos econômicos do jogador, sendo 15% para os empresários do jovem.
Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, o atleta revelou as emoções pela boa fase no Basel, as expectativas de uma possível participação nas Olimpíadas com a Seleção brasileira, suas apostas para o desempenho do Vovô nesta temporada, entre outros temas.
DN: Arthur, falta somente um gol para a meta estipulada em contrato com o Basel para o clube firmar um contrato de compra. Quais são as expectativas para chegar ao gol número 12, e você imaginava chegar próximo desse feito tão rápido?
"Não foi uma meta simples que foi imposta, realmente o clube acreditou em mim, no meu potencial, e estabeleceu uma meta ousada, para que eu pudesse ajudar mesmo o Basel em meu primeiro ano. E é assim que eu me sinto, ajudando minha equipe. Tomara que eu consiga bater. Eu acreditava no meu potencial também, achava que era possível, sim”
DN: Nesse quase um ano na Suíça, quais as principais mudanças que você percebe em seu estilo de jogo? Houve muita evolução física, técnica e tática?
"Acho que sim, principalmente a questão física, questão de imposição dentro da área. Aqui tenho encarado defensores que gostam mais desse enfrentamento, de um jogo mais pegado, e a isso eu tenho me adaptado muito bem”.
DN:O Basel vem bem na Europa League e está se recuperando no Campeonato nacional. Como está sua adaptação no clube e na cidade? Quais são as maiores dificuldades que você enfrenta?
"Acho que hoje está tudo mais tranquilo, no início sofri um pouco com o frio, mas também me adaptei rápido. Aqui a vida é bem tranquila, ainda mais durante a pandemia que ficamos mais em casa, vendo série, jogando”.
DN:Quais os maiores objetivos que você pensa para sua carreira no futebol europeu? Se sente pronto para encarar um desafio ainda maior nos campos daí?
"Acho que eu tenho que pensar cada etapa de forma individual, devagar ir conquistando os meus sonhos. Hoje me sinto bem, muito feliz. Sempre disse que quero fazer história com a camisa do Basel e, depois, o que vier em minha vida, em minha carreira, eu vou agarrar com unhas e dentes”.
DN:O desempenho na próxima temporada será essencial para garantir vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Como tem sido a preparação e a expectativa para ser convocado novamente para a Seleção Brasileira?
"Venho num momento muito bom e, com o adiamento, posso tentar buscar manter e até melhorar. Tenho o sonho, sim, de vestir a camisa da Seleção Brasileira sempre, ainda mais em uma Olimpíada. É um objetivo que vou buscar, com certeza”.
DN: O Ceará fez grandes investimentos para esta temporada, a 3ª seguida na Série A do Brasileirão. Você mantém contato com alguém do elenco atual e tem acompanhado sua ex-equipe mesmo da Suíça? Se sim, como avalia a nível competitivo o time para 2020?
"Claro, tenho amigos que fiz no clube, desde elenco até mesmo funcionários. Ainda mantenho o contato com muitos deles, é um clube e são pessoas que tenho muito carinho. Acho que o Ceará investiu bem, fez boas contratações e vai disputar forte a Série A, sim. Tem a minha torcida, com certeza”.
DN:Você e Felipe Jonatan são grandes exemplos de sucesso das categorias de base do Ceará. Qual a importância desse setor para um clube como o Vovô, que tem investido tanto nessa estrutura? Qual o recado você deixa para os jovens que estão nessa trajetória no esporte, assim como você esteve, anos atrás?
"Acho que é muito importante. O clube que investe nas categorias de base colhe o fruto depois, com negociações, vendas em valores grandes, que acabam ajudando o clube depois. Eu diria para continuar acreditando, pra nunca desistir dos sonhos. Pra mim, felizmente, as coisas aconteceram muito rápido, mas é bom seguir acreditando”.
DN: Arthur, você já declarou que gostaria de jogar pelo Ceará novamente no futuro. O retorno ao Brasil pode ocorrer nos próximos anos ou planeja conquistar metas na Europa antes?
"Eu tenho planos de fazer uma carreira na Europa, jogar em um centro maior futuramente, depois de escrever a minha história no Basel. Mas, de novo, Ceará é um clube que tenho muito carinho e ficaria muito feliz se um dia acontecesse de retornar, em qualquer momento da minha carreira”.