Abusando de erros defensivos, Vovô sofre 3 gols no 1º tempo e não consegue segurar o Bragantino, que foi superior por praticamente todo o jogo, vencendo por 4 a 2 de forma justa, em rara atuação taticamente ruim do time cearense
O Ceará do técnico Guto Ferreira é reconhecidamente um time sólido na defesa, com transição rápida no ataque, cedendo poucos espaços para a criação do adversário. E mesmo quando era pressionado, a equipe conseguia se segurar defensivamente. Mas ontem nada disso foi visto em campo, com o Vovô sendo facilmente derrotado por 4 a 2, quando foi envolvido pelo time da casa. Embora o desgaste da equipe seja visível, não é desculpa uma partida como a de ontem.
Desde o início, o que se viu em solo paulista foi um Ceará desorganizado defensivamente e também desconcentrado em grande parte do jogo.
A fase defensiva alvinegra não se encontrou por todo o 1º tempo, com espaços no meio campo - Marthã substituía William Oliveira e não foi bem - Lima e Leandro Carvalho não faziam a recomposição, além dos laterais Samuel Xavier e Bruno Pacheco darem muito espaço para os pontas do Bragantino criarem, principalmente Artur.
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A ausência de Fernando Sobral - que iniciou no banco de reservas - deixou o Ceará sem a recomposição de sempre.
Assim, os zagueiros Luiz Otávio e Gabriel Lacerda ficavam expostos e perdiam praticamente todas no mano a mano e jogadas aéreas. O primeiro gol sofrido pelo Ceará saiu assim, logo aos 3 minutos, quando o zagueiro Ligger escorou para Léo Ortiz marcar. O gol sofrido cedo desmontou a tática montada por Guto Ferreira, que é geralmente reativa e de transição rápida ao ataque.
Assim, o Vovô tentou partir para cima, valorizar a posse de bola, mas cedeu ainda mais espaços, com o Bragantino perdendo três claras chances de ampliar, com Fernando Prass realizando boas defesas.
Foi quando aos 20 minutos, finalmente, o Ceará acertou uma boa jogada de ataque e empatou: após cruzamento de Bruno Pacheco, Samuel Xavier ajeitou de cabeça e Vinícius bateu forte para marcar um belo gol. O empate que em tese faria o Vozão voltar ao seu estilo e se reorganizar no jogo, não durou 3 minutos.
No lance seguinte, outra falha de cobertura defensiva permitiu o gol do adversário: Artur recebeu livre pela esquerda, bateu para boa defesa de Fernando Prass, mas no rebote, o atacante Bruno Tubarão aproveitou.
A partir daí, o domínio foi todo pelo Bragantino, com o Ceará respirando apenas em uma bela cobrança de falta de Vina, que o goleiro Júlio César defendeu quase no ângulo.
No mais, o Massa Bruta continuou melhor taticamente, no um contra um e chegando fácil na frente, com superioridade numérica.
E aos 44 minutos, o time de Maurício Barbieri marcou o terceiro: Bruno Tubarão arrancou pela esquerda em velocidade e cruzou rasteiro para Alerrandro bater de primeira.
Em vão
Na etapa final, Guto Ferreira voltou com Fernando Sobral e William Oliveira no meio, para melhorar o time, com as saídas de Marthã e Lima.
As alterações não fizeram efeito imediato, com o Massa Bruta marcando o 4º em bela jogada coletiva, envolvendo a defesa alvinegra.
Com 25 minutos, Guto Ferreira tirou peças importantes pensando no jogo de quarta-feira pela Copa do Brasil, pondo em campo Eduardo, Felipe Silva e Wescley. E o último ainda diminuiu o placar aos 43 minutos, em belo gol.
Ficha Técnica Campeonato Brasileiro Série A
11ª rodada
Nabi A. Chedid, em Bragança P./SP