Suposto 'Golpista do Tinder' brasileiro é investigado por estelionato contra homens
Caso está sendo apurado pelas polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo; homem ostentava roupas de grife nas redes sociais
As polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo investigam um possível caso de estelionato e difamação contra o mineiro Rafael Correa de Paula, de 33 anos, que possui semelhanças com o "Golpista do Tinder", da série televisiva lançada em fevereiro deste ano. As informações são do O Globo.
A produção audiovisual apresentava a história do israelense Shimon Hayut, que se passava por Simon Leviev para enganar mulheres. Dizendo ser filho do magnata de diamantes Lev Leviev, cometia fraudes contra suas vítimas.
Veja também
No caso do "Golpista do Tinder" brasileiro, os órgãos policiais abriram inquéritos para averiguar crimes de estelionato, ameaça, difamação, lesão corporal e denunciação caluniosa.
Os inquéritos contra Rafael foram abertos após um empresário paraibano de 38 anos, que teve sua identidade preservada pelo O Globo, buscar a 14ª DP, localizada no Leblon, no Rio de Janeiro, em dezembro de 2021. Lá, registrou uma ocorrência porque Rafael invadiu o prédio onde mora, no Arpoador.
Relacionamento com 'golpista'
A relação entre o empresário e Rafael começou depois do casal se conhecer em um aplicativo de relacionamento. O mineiro declarou que era herdeiro e administrador de fazendas de sua família na cidade de Frutal.
Em suas redes sociais, ostentava roupas de grife e viagens de primeira classe para lugares como Dubai, Grécia e o Deserto do Saara.
Veja também
Após um primeiro encontro em um hotel cinco estrelas na Avenida Vieira Souto, na Zona Sul do Rio, Rafael passou a convidar o empresário para lhe acompanhar em viagens internacionais.
"Ele dizia cuidar da parte financeira das terras em que os pais criavam gado e cultivavam cana-de-açúcar, demonstrava circular na alta sociedade no eixo Rio-São Paulo e apresentava viagens com roteiros exclusivos e hotéis caríssimos".
O suposto "golpista" prometia possíveis descontos em milhas aéreas que ele acumulava. Com o cartão de crédito do empresário, Rafael gastou cerca de R$ 70 mil em quatro meses com passagens e hospedagens.
Desconfiado de ter caído em golpe, paraibano decidiu terminar o relacionamento. "Com o passar do tempo, passei a ter certeza de que era tudo uma farsa, uma mentira completa da qual tinha sido vítima", contou o empresário.
No entanto, começou a ser perseguido pelo ex-namorado a partir de novembro. A vítima afirma que Rafael criou perfis falsos nas redes sociais para prejudicar sua imagem, além de utilizar seus dados pessoais e bancários para comprar produtos de altos valores.
Rafael foi procurado pelo O Globo, através do telefone e das redes sociais, mas não retornou aos contatos.
Processos em São Paulo
Antes da situação com o empresário, Rafael responde por inquéritos em outros distritos policiais. Em Campinas, por exemplo, foi acusado em um procedimento por lesão corporal. Caso aconteceu por ter supostamente dado um tapa em uma mulher que trabalhava como caixa de um mercado.
Por conta da agressão, após ela dizer que não teria troco para R$ 100 durante o pagamento, mulher entrou com o pedido de uma indenização de R$ 14 mil por danos morais.
Além disso, também concentra outros inquéritos por agressão, assim como foi acusado de violência psicológica, ameaça e constrangimento.