Renato Kalil é acusado de estuprar paciente; Shantal diz que médico cometeu violência obstétrica

O profissional negou as acusações e declarou, via nota, que "considera absurdas e fantasiosas as histórias"

Escrito por Redação ,
Montagem com foto, a esquerda, do médico Renato Kalil e, a direita, Shantal Verdelho
Legenda: O relato da influencer teria encorajado as vítimas a denunciar as supostas atitudes do ginecologista
Foto: reprodução

Após ter sido acusado de violência obstétrica durante o parto da segunda filha da empresária Shantal Verdelho, o obstetra Renato Kalil voltou a ser alvo de denúncias. Mais duas mulheres relataram terem sido vítimas do médico, que teria abusado sexualmente de uma delas e assediado a outra na década de 1990. As informações são do jornal O Globo

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A bancária Letícia Domingues relatou à publicação que foi violentada mais de uma vez pelo profissional na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 1991. 

Já a outra vítima, que não quis ser identificada, disse que Kalil exibiu o pênis para ela após um parto traumático, em 1993, quando ele era plantonista do Hospital São Luiz, também em São Paulo.

Ao jornal carioca, o obstetra negou as novas acusações e declarou, via nota, que "considera absurdas e fantasiosas as histórias e estranha que sejam veiculadas agora, 30 anos depois".

Na semana passada, áudios da influencer Shantal Verdelho vazaram na internet, junto com vídeos do parto da segunda filha dela com o marido Mateus Verdelho, onde ela relata as violências que sofreu por parte do médico durante o processo de nascimento de Domenica. O material repercutiu nas redes sociais. 

Segundo as mulheres ouvidas pelo O Globo, elas sempre tiveram medo de expor as supostas atitudes de Kalil, mas, após ouvirem o relato da criadora de conteúdo, resolveram denunciá-lo.

Na segunda-feira (12), o obstetra afirmou, em outro comunicado, que "o parto da Sra. Shantal aconteceu sem qualquer intercorrência e foi elogiado por ela em suas redes sociais durante trinta dias. Surpreendentemente, o dr. Renato Kalil começou a receber, nos últimos dias, ataques com base em um vídeo editado, com conteúdo retirado de contexto”.

A nota em nome do médico acrescenta que “A íntegra do vídeo (do parto) mostra que não há nenhuma irregularidade ou postura inapropriada durante o procedimento. Ataques à sua reputação serão objeto de providências jurídicas, com a análise do vídeo na íntegra”. O comunicado lembra que “Kalil é obstetra ginecologista há 36 anos, sendo um dos médicos mais reconhecidos do Brasil. Ao longo de sua carreira, já efetuou mais de 10 mil partos, sem nenhuma reclamação ou incidente”.  

Abusada por três dias

Segundo Letícia Domingues, ela foi estuprada por Kalil após ser internada na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo para realizar um procedimento ginecológico, em outubro de 1991, quando foi atendida com febre alta e cólica. 

Inicialmente, o atendimento foi realizado por médicas e enfermeiras, e ela afirma que não conhecia o médico e não se recorda se ele integrou a equipe responsável pela assistência. A bancária relata que foi abusada por três dias em um quarto onde estava internada sozinha. Ao jornal, ela disse que tinha medo de contar aos pais o que ocorria. 

Ainda conforme ela, Kalil foi um dos médicos responsáveis pela alta dela e recomentou aos pais uma nova consulta. No novo encontro, ela teria sido novamente violentada sexualmente pelo profissional. 

Placenta arrancada 

A segunda vítima relatou à publicação que sofreu tanto violência obstétrica quanto assédio sexual por parte de Kalil. Segundo ela, o parto que teve no Hospital São Luiz foi traumático, pois ele teria arrancado a placenta dela de maneira dolorosa. Em seguida, teria exibido o pênis para ela no consultório. 

Obstetra é investigado 

O Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito preliminar sobre o caso de Shantal. O advogado da empresária informou que já solicitou à Polícia Civil para investigar o caso.

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