Quem foi Jean Boghici, romeno colecionador de arte que teve os quadros roubados pela filha
Marchand é pai de Sabine Coll Boghici, que é suspeita de aplicar um golpe de R$ 724 milhões na própria mãe
Jean Boghici, que teve o quadro de Tarsila do Amaral furtado pela própria filha, começou a carreira de marchand em 1960, quando abriu a galeria Relevo. Romeno radicado no Brasil, ele morreu em 2015 aos 87 anos vítima de uma embolia pulmonar.
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Espaço de obras de arte
O espaço de obras de arte de Boghici, fechado em 1969, reunia telas clássicas de Alfredo Volpi, Di Cavalcanti, Pancetti e Guignard, mas também de nomes novos como Antonio Dias, Rubens Gerchman e Wanda Pimentel.
A galeria serviu de espaço para exposições importantes, a exemplo da coletiva da Escola de Paris, em 1964, que mais tarde deu origem à mostra "Opinião 65", no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio.
Quadro "Samba" perdido em incêndio
A extensa coleção do romeno, que incluía obras emblemáticas do modernismo brasileiro, foi parcialmente perdida em um incêndio há 10 anos. Os quadros "Samba" (1925), de Di Cavalcanti, e "Floresta Tropical" (1938), foram as principais pinturas que se perderam com o fogo, em Copacabana.
Filha acusada de golpe
A filha de Jean Boghici, Sabine Coll Boghici, foi presa nessa quarta-feira (10) acusada de aplicar um golpe de mais de R$ 724 milhões contra a própria mãe.
Primeiro, ela contratou uma mulher para se passar por vidente e abordar a vítima na rua e alertá-la sobre a morte iminente da suspeita.
Em seguida, a suposta profeta levou a idosa até outras duas comparsas, apresentadas como sendo cartomante e mãe de santo. Na ocasião, a dupla confirmou a previsão e sugeriram que fosse realizado um "trabalho" para salvar a filha dela. Elas informaram que seria necessário pagar pelo serviço.
A vítima ficou assustada e decidiu contar o acontecido para a filha, que fingiu surpresa e insistiu que a mãe pagasse pelo procedimento. Em um intervalo de 15 dias, a idosa efetuou diversos pagamentos, que somaram R$ 5 milhões.