Irmão de Jeff Machado relata frieza de suspeito do crime: 'foi à delegacia comigo'
A defesa do suspeito Bruno de Souza Rodrigues afirmou que o produtor apenas enterrou o corpo e não matou o ator
A defesa de um dos suspeitos de ter matado o ator Jeff Machado, Bruno de Souza Rodrigues, confessou que o indiciado acompanhou o irmão da vítima na delegacia para prestar queixa do desaparecimento.
Ao g1, Diego Machado, irmão de Jeff, demonstrou indignação ao relembrar que em 4 de fevereiro eles foram juntos à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). "Tem noção que ele foi comigo à delegacia para registrar a queixa? E que ele sabia o tempo todo onde o Jeff estava? Que Jeff dizia que ele era o melhor amigo dele, e ele teve o carão de entrar com a gente lá? É muita crueldade e frieza".
Bruno prestava suporte à mãe e ao irmão de Jeff, no início de fevereiro. A defesa, representada pelos advogados João Maia e Pedro Moutinho, afirmou que Bruno não matou Jeff, contudo, enterrou o corpo após o crime.
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'Espero que a justiça decrete a prisão'
O produtor teria levado Diego à casa de Jeff após registrarem o desaparecimento. "Ele conversava com a mãe, mentiu e mentiu muito. Disse que pegou dinheiro para ração dos cães. Eu mandava dinheiro para cuidar dos cachorros, quando eles foram aparecendo. Disse que Jeff tinha HIV, tenho exames do Jeff aqui, não tem nada disso", relatou.
Um dia antes de prestar queixa do desaparecimento, Diego deu um ultimato à pessoa que se passava por Jeff, por mensagens.
"Disse: 'Se vc não me ligar agora, vou ao Rio denunciar o desaparecimento do Jeff'. Passou 20 minutos e o Bruno me ligou. Como ele sabia que eu tava ameaçando ir ao Rio? Porque ele estava com o celular do Jeff. Daí, como ele diz que se desfez do celular? Só espero que a Justiça decrete a prisão dele o mais rápido possível", disse.
Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinícius da Silva Braga foram indiciados pela Polícia. A dupla confessou a ocultação de cadáver do corpo de Jeff, mas informaram terem cometido o crime a mando de uma terceira pessoa.
Para a polícia, Bruno Rodrigues e Jeander Vinícius premeditaram o crime. Segundo as investigações, o ator foi asfixiado com um fio de metal, na própria casa, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio.
Linha do tempo do caso Jeff Machado
- 23/01 - Carro do ator é visto em uma blitz da Polícia Militar, na Estrada da Ilha, em Guaratiba. Essa é a data considerada como início do desaparecimento do ator.
- 25/01 - Veterinária e amiga de Jeff, Patrícia Triacca, desconfia da mudança de comportamento do ator que desistiu da venda de um cão de raça em cima da hora. A comercialização do animal estava programada há dois anos.
- 26/01 - O cartão de crédito do ator é utilizado pela última vez. Por três dias, os suspeitos gastaram R$ 5.392,02.
- 31/01 - ONG recebe de denúncia sobre abandono de cachorros de raça do ator, na Zona Oeste. Todos estavam perdidos.
- 01/02 - Cachorros são resgatados e veterinária o alerta. Por mensagens de texto, se mostra preocupado, avisa que está em São Paulo e que havia deixado os animais com uma amiga. Ele não liga ou manda áudios.
- 02/02 - Jeff faz a última publicação no Instagram utilizando hashtags de que estaria morando em São Paulo. Na legenda, escreveu: "Recomeço. Gratidão!".
- 03/02 - Mais cachorros de Jeff são encontrados e a veterinária se revolta com o amigo.
- 04/02 - Patrícia conversa com a família do ator e pergunta sobre o comportamento dele. A família do artista também concordou com as suspeitas da amiga de Jeff.
- 05/02 - Família e veterinária vão à delegacia prestar queixa do sumiço do ator.
- 22/05 - A polícia encontra o corpo do ator dentro de um baú, enterrado e concretado, em um imóvel em Campo Grande, no Rio de Janeiro.
- 26/05 - Corpo do ator é transportado para Santa Catarina.
- 27/05 - Jeff Machado é velado e sepultado Araranguá, em Santa Catarina.
- 31/05 - Polícia Civil pede a prisão de dois suspeitos do crime: o produtor Bruno Rodrigues e o garoto de programa Jeander Vinícius da Silva.