Foto na 'Trilha do Funicular', em São Paulo, apareceu em lista de 'selfies mais perigosas do mundo'

A travessia é uma estrada de ferro que foi inaugurada em 1867 para ligar Jundiaí a Santos e está abandonada desde 1982

Escrito por Redação ,
Homem de boné vermelho em cima de estruturas de ferro suspensas
Legenda: Designer gráfico de Jundiaí na Travessia do Funicular, trilha ilegal na Serra do Mar de São Paulo
Foto: Reprodução/Instagram

Com acesso proibido por ser considerada uma das trilhas mais perigosas de São Paulo, a Travessia do Funicular atrai pessoas que têm se arriscado em passeios desacompanhados ou com guias clandestinos. Nas redes sociais, é possível encontrar diversos registros de grupos sem proteção sobre as estruturas da estrada de ferro abandonada.

Uma dessas imagens, inclusive, integrou a listra de "selfies mais perigosas do mundo" feita em 2019 pelo site Far & Wide e replicada por diversas páginas. Ela foi feita por um designer gráfico de Jundiaí, no interior paulista, que concedeu entrevista ao g1 naquele ano.

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"Esse tipo de foto não é aconselhada para qualquer pessoa. Uma distração, um tropeço, vertigem, labirintite, um calçado inapropriado, uma brincadeira, entre outras coisas, podem ser extremamente perigosos nesses ambientes", disse ele, à época.

A lista também traz selfies feitas por pessoas em cima da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, com o corpo para fora em um trem em movimento, ao lado de animais perigosos e em arranha-céus e penhascos.

TRILHA PROIBIDA

A Travessia do Funicular está localizada no Parque Estadual da Serra do Mar, em Santo André, no ABC Paulista. O local tem várias outras trilhas que podem ser feitas com o auxílio de guias autorizados.

A via férrea ligava Jundiaí a Santos e foi inaugurada em 1867. Para subir a sessa do mar, ela contava com um sistema para puxar as locomotivas por cabo de aço que ficou conhecido como Funicular. Ele foi desativado em 1982, e desde então a estrada está abandonada, em meio à Mata Atlântica. Com isso, o socorro pode demorar a chegar caso algum visitante sofra um acidente.

No último domingo (30), o Fantástico publicou uma reportagem sobre os grupos que têm arriscado a vida nesse passeio clandestino que tem início na Vila de Paranapiacaba, destino turístico do estado.

Em anúncios nas redes sociais, essas pessoas inclusive alertam para o risco de não poder fazer a trilha. "Bem raro isso, mas eu gosto de deixar avisado. Às vezes tem guarda lá na entrada. Caso isso aconteça, remarcamos a trilha, ou você pode usar o crédito em outras trilhas", diz a mensagem.

Oferta de passeio em trilha proibida nas redes sociais
Legenda: Guias clandestinos oferecem pacotes para passeio em trilha proibida em São Paulo
Foto: Reprodução

Hércules "Spiff" Soares, monitor ambiental ouvido pelo Fantástico aponta que as madeiras entre os trilhos estão "podres" a não são confiáveis. "Eles [visitantes] atravessam engatinhando por cima dos trilhos ou com um pé em cada trilho. De qualquer forma, muito arriscado", afirma

Daniel Raimondo e Silva, coordenador do Setor de Uso Público da Fundação Florestal, também destaca a possibilidade de se machucar nos ferros e contrair tétano e outras doenças.

Segundo informações do g1, a área da ferrovia possui trechos sob a administração do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), da Secretaria de Patrimônio da União e da empresa MRS, concessionária que administra a linha férrea em operação.

Em comunicado, o órgão afirma que vigilantes da MRS atuam para coibir o acesso de visitantes clandestinos, e que os órgãos têm disposição para ajudar na regulação das atrações turísticas.

Ainda conforme o g1, a prefeitura de Santo André afirma ter "total interesse na regulamentação da visitação da trilha da conserva, ou funicular, como é conhecida pela maioria das pessoas."

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