Filhos únicos, extrovertidos, fã de Homem-Aranha: conheça as quatro crianças mortas em Blumenau
Pais e familiares de Enzo Marchesin, Bernardo Pabst, Bernardo Cunha e Larissa Maia falaram sobre como eram as crianças
Quatro crianças foram vítimas fatais do ataque à uma creche particular, em Blumenau, em Santa Catarina, na última quarta-feira (5).
Pais, familiares e amigos da família dessas crianças, no entanto, preferem lembrar da personalidade de Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, Bernardo Pabst da Cunha e Enzo Marchesin, ambos de 4 anos, e Larissa Maia Toldo, de 7.
Alegres, brincalhão, extrovertido e simpático. Com gosto por dança, fã de Homem Aranha ou apegada aos pais. A dor pelo fim precoce da vida das crianças se mistura com a lembrança delas feitas por pais e familiares. As informações são do O Globo e do Metrópoles.
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Os quatro foram sepultados nesta quinta-feira (6) em cerimônia que atraiu centenas de pessoas da cidade localizada no estado de Santa Catarina.
Conheça um pouco da história delas:
Enzo Marchesin Barbosa
Com apenas 4 anos, Enzo era risonho e tinha gosto por dança. Ele havia chegado na vida de suas duas mães, Samira Barbosa e Carina Marchesin, em dezembro de 2021, quando o processo de adoção foi finalizado.
A apenas alguns meses, houve festa: a comemoração de um ano da chegada de Enzo, definida como a realização de um sonho.
"1 ano de muitas risadas, preocupações quando ficava doente, 1 ano de muitos beijos e abraços, 1 ano de muita bagunça, 1 ano de 'você está feliz, mãe?'. 1 ano que nossa vida mudou completamente, nosso coração fora do peito, nosso menino", escreveu Samira em dezembro de 2022.
Com sorrisos e pedidos simples, como para "tirar fotos bonitas", Enzo também foi importante para ajudar as mães durante o tratamento de câncer de Samira.
Muitos dos momentos vividos pela família ficaram registrados nas redes sociais das mães.
Bernardo Pabst da Cunha
"Salvar o dia". Essa era a missão que Bernado Pabst dizia que tinha para a família, apesar de sempre mudar o poder que tinha como super-herói.
A inspiração vinha, principalmente, do Homem Aranha, que era o preferido - motivo de familiares terem escolhido a roupa do herói para vestir Bernardo para o sepultamento.
Em casa, onde era filho único, ficaram os brinquedos e o livro de pintar que seriam o passatempo do feriado da Páscoa.
Alegre, simpático, extrovertido e com uma energia especial foram algumas das palavras encontradas por familiares para descrever Bernardo.
Bernardo Cunha Machado
O pai de Bernardo, Bruno Bride, dividiu com jornalistas o último momento com o filho: na mesma manhã do ataque, Bernardo tinha chegado na creche "imitando um coelhinho". O pai e um amigo de Bernardo seguiram o menino e todos imitaram o bichinho.
"Eu agradeço a Deus por momentos vividos com meu filho", disse Bruno Bride ao G1. Amigos da família também falaram sobre a convivência com o menino.
Alegre, brincalhão e extrovertido foram algumas das palavras usadas para definir Bernardo, que tinha cinco anos de idade.
Larissa Maia Toldo
A mais velha entre as vítimas do ataque, Larissa tinha apenas 7 anos. Frequentava uma escola em Blumenau, mas na quarta-feira foi mais cedo para a creche - que costumava frequentar apenas a tarde - porque estava sem aula.
Tios e avós citaram a alegria como algo sempre presente na menina, além de um apego aos pais. "Unha e carne" foi como descreveram a relação entre Larissa e a mãe, Regina Fidênio Maia.
De família cristã, uma das lembranças de familiares eram convites de Larissa para rezar. No sepultamento, a foto escolhida pela família foi a de Larissa no início do ano letivo de 2023 - essa era a imagem favorita da menina entre as enviadas pela escola.
Entenda o caso
Um homem de 25 anos atacou creche particular em Blumenau, Santa Catarina, na quarta-feira (5). Quatro crianças foram assassinadas e cinco ficaram feridas. Ele teve a prisão preventiva decretada na última quinta-feira (6), após passar por audiência de custódia.