Eventos com aglomeração só devem voltar com 80% da população vacinada, defende Fiocruz

O órgão diz que ainda é preciso avançar na vacinação de crianças e adolescentes

Escrito por Renato Bezerra , renato.bezerra@svm.com.br
Silhuetas de pessoa de mãos levantadas curtindo festa
Legenda: Fiocruz pontuou o caso de países europeus, que relaxaram medidas contra a Covid e viram os casos e mortes subirem
Foto: Shutterstock

Embora em cenário de estabilidade em boa parte do País, incluindo no Ceará, a incidência de transmissão da Covid-19 ainda demanda atenção. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do seu Boletim Observatório Covid, divulgado nesta quinta-feira (4), defende que a retomada de eventos sociais com aglomeração só ocorra com pelo menos 80% de cobertura vacinal da população total.

Para alcançar o índice desejável, além dos adultos, a campanha de imunização deve atingir crianças e adolescentes, segundo avalia a Fiocruz.

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Pesquisadores do órgão destacam este como o patamar desejável para se poder relaxar de forma definitiva nas principais medidas de distanciamento físico. Segundo o boletim, a cobertura vacinal no País está em 55% da população total.

O pesquisador do Observatório Covid-19 Fiocruz, Raphael Guimarães, explica que o cenário atual na Europa é um indicativo de como o Brasil deve proceder:

Temos um risco de ressurgimento da Covid na Europa. Então a possibilidade de termos um ganho de casos e óbitos um pouco adiante é real. Países que tiveram relaxamento precoce das medidas de distanciamento, que aboliram precocemente o uso das máscaras, hoje estão vivendo situações dramáticas de casos, internações e óbitos. Então esse é o momento para termos uma especial atenção e não errar nas mesmas coisas
Raphael Guimarães
Pesquisador da Fiocruz

Estímulo à vacinação

Ainda conforme Raphael Guimarães, é preciso continuar estimulando o avanço da vacinação, e logo mais trabalhar em nichos específicos, especialmente no público que ainda apresenta resistência em relação à vacina.

"Ainda nos preocupa o fato de a gente ter uma transmissão grande, de ter uma taxa de positividade também grande, o que significa que, embora estejamos reduzindo casos, internações e óbitos, ainda temos uma circulação intensa do vírus. Então é importante, neste momento, que a gente crie barreiras para que esse vírus pare de circular no meio da população", pondera o pesquisador. 

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