Entregadora agredida por ex-atleta: entenda o que se sabe sobre o caso até agora
Viviane Maria seguirá presa no Rio de Janeiro
Viviane Maria de Souza Teixeira, entregadora que foi agredida pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, seguirá presa após a Justiça de São Paulo emitir um novo mandado de prisão contra ela. As informações são do jornal O Globo.
O mandado foi emitido pelo Tribunal de Justiça (TJSP) e ela é acusada de tráfico de drogas. A entregadora está presa desde a última segunda-feira (24), após prestar depoimento a agressão realizada por Sandra Mathias, em São Conrado, Zona Sul do Rio de Janeiro.
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Audiência de Custódia
O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) manteve, nesta quinta-feira (27), a prisão preventiva da entregadora de aplicativo Viviane Maria de Souza Teixeira.
Ela foi detida na última segunda-feira (24), quando compareceu a uma delegacia do Rio de Janeiro para prestar depoimento sobre a agressão que sofreu pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá
A entregadora era alvo de um mandado de prisão por tráfico de drogas, expedido pela Justiça de São Paulo, e decidiu se entregar. A decisão de manter a prisão é do juiz Pedro Ivo Martins Caruso D´Ippólito.
A delegacia não comunicou à Central de Custódia sobre a prisão da entregadora. Apenas nesta quinta-feira (27) o TJRJ recebeu a informação sobre a detenção.
A advogada que representa a entregadora, Prisciany Sousa, disse ao portal que entrou com habeas corpus. "Entramos com um HC no Tribunal de Justiça do Rio por ilegalidade e morosidade na audiência de custódia, sendo assim a manutenção da prisão ilegal", disse.
Prisão de Viviane
Viviane deu entrada no sistema penitenciário no início da noite de segunda-feira (24). Ela havia sido presa em 2016 com uma quantidade de trouxinhas de maconha e ficou em liberdade provisória. No entanto, após se ausentar da comarca, teve o benefício suspenso.
Na ocasião, a profissional defendeu ser inocente e disse que provará que a acusação é injusta. A advogada que representa Viviane, Prisciany Sousa, detalhou à reportagem que ela desconhecia a existência do mandado de prisão em aberto.
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Ainda conforme a defesa, a ordem foi motivada pela falta do cumprimento de medidas cautelares, mas a entregadora nunca teve outro problema com o Judiciário. Ela ainda destacou que a cliente não se apresentou antes porque estava em tratamento psicológico. O laudo que comprova a afirmação já está nas mãos das autoridades, destacou a defesa.
Vaquinha
Uma vaquinha virtual foi criada para ajudar a entregadora Viviane de Souza. A campanha de arrecadações de doações foi criada na madrugada do dia 18 de abril, conforme o jornal O Globo, por uma organização não governamental, com a meta de angariar R$ 150 mil.
Segundo a descrição da ação, o objetivo da vaquinha é ajudar a entregadora a "reconstruir sua vida" e realizar o sonho de comprar uma casa própria. Ainda conforme o texto, a moça estaria desempregada e sem um local para morar.
Estou tentando recomeçar a minha vida, que virou de cabeça para baixo depois das agressões. A Sandra me bateu dizendo que eu parecia um homem, mesma sendo ela lésbica. Não sei por que tanto ódio. Eu espero conseguir comprar um lugar para morar e ter condições de levar uma vida melhor", disse a jovem, segundo ao O Globo.
A outra vítima da antiga atleta, o também entregador Max Ângelo dos Santos, também teve uma campanha do tipo criada para auxiliá-lo, que arrecadou mais de R$ 225 mil.
Entregadores agredidos
A agressão à Viviane Maria de Souza Teixeira e Max Ângelo dos Santos, entregadores do Rio de Janeiro, causou repercussão nacional. Em um vídeo que circulou nas redes sociais, Sandra Mathias diz para os homens "voltarem para a favela" e dá 'chicoteadas' em Max utilizando a guia do cachorro dela.
A ex-atleta também mordeu a perna de Viviane. Em seu depoimento, Viviane relatou que Sandra retornou ao local onde os entregadores estavam, no mesmo dia, e voltou a agredi-la. Ela afirma ter que levou um soco e teve a bicicleta que utilizada para trabalhar danificada pela agressora.
O caso ocorreu em 9 de abril, domingo de Páscoa. Os entregadores e a suspeita prestaram depoimento à polícia. Na última semana, Sandra foi indiciada por maus-tratos e lesão corporal contra a própria mãe.
A ex-jogadora tem outras três passagens pela Polícia: uma por lesão corporal, em 2007, outra por injúria e ameaça, em 2012, e uma terceira por furto de energia, em 2021.