Delegada da polícia de MG denuncia perseguição após atirar em colegas em apartamento

Servidora afirma ter tido diversas denúncias de assédio ignoradas

Escrito por Redação ,
Viatura e agentes da Polícia Civil de Minas Gerais
Legenda: Agentes cercaram apartamento da delegada, que se recusa a deixar a residência
Foto: Reprodução/Governo do Estado de Minas Gerais

Um desentendimento entre uma delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e colegas da corporação terminou em tiros, assustando moradores do bairro Ouro Preto, em Belo Horizonte. O conflito, ocorrido na manhã dessa terça-feira (21), teria começado após os agentes tentarem tomar a arma da servidora, que afirma estar sofrendo perseguição dentro da organização. 

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De acordo com informações do Estado de Minas, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) teriam ido até o apartamento da delegada para buscar a arma dela após ficarem preocupados com o teor de mensagens compartilhadas por ela em um grupo de delegados.

Ao chegarem ao local, no entanto, os policiais encontraram a delegada bem, e uma discussão entre ela e o grupo começou, resultando em tiros. Desde então, a delegada permanece trancada na residência, que foi cercada, e se recusa a sair. 

VERSÃO DA DELEGADA

Tentando compartilhar sua versão dos fatos, a servidora abriu uma live nas redes sociais, desabafando sobre uma suposta perseguição que vem sofrendo dentro da corporação após assédios que teria sofrido. 

Na transmissão, ela relatou que, na segunda-feira (20), um dia antes de retornar do período de férias, foi atacada com “atos humilhantes, assediadores, bizarros, adoecedores” por colegas da organização.

Esta, no entanto, não teria sido a primeira vez que as ações ocorreram: segundo a delegada, ela já teria apresentado diversas denúncias sobre a perseguição que vinha enfrentando aos órgãos competentes, mas nenhuma delas foi investigada. 

“Em nenhum momento dei a entender que iria tirar minha vida. Dei a entender que não ia voltar para aquele purgatório. Meus pedidos para a corregedoria são simplesmente ignorados. Eu apresentei na ouvidoria do Estado, na ouvidoria da Polícia, na corregedoria, no fiscal do MPMG”, afirmou ela.

As acusações, conforme informado por uma fonte do jornal Estado de Minas, resultaram em uma sindicância da corregedoria da organização contra a servidora. A apuração gerou uma solicitação de remoção da agente da delegacia de Conceição do Mato Dentro para a regional de Pirapora. 

A Justiça Federal de Minas Gerais, entretanto, decidiu mantê-la na unidade original.

Até o começo da tarde desta quarta-feira (22), a servidora permanecia em seu apartamento. O prédio ficou cercado.

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