Caso do 'Padre do Balão' completa 15 anos nesta quinta (20); relembre

Adelir tinha o sonho de quebrar o recorde de 20 horas no ar com mil balões de gás hélio

Escrito por Redação ,
padre do balão
Legenda: Padre do Balão em decolagem
Foto: Reprodução/Youtube

Hoje completa 15 anos da história de aventura e final trágico do “Padre do Balão”. Caso ocorreu no dia 20 de abril de 2008 e movimentou o Brasil na época. Pessoas acompanharam a trajetória do sacerdote, que mesmo sabendo do mau tempo daquele dia, não desistiu de voar. 

A aventura nas alturas de Adelir Carli começou quando o sacerdote decidiu ir do Paraná ao Mato Grosso do Sul, voando com mil balões de gás hélio

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Adelir Carli, o 'Padre do Balão'

Adelir Antônio de Carli era paranaense, nascido na cidade de Ampére, em 8 de fevereiro de 1967. Tornou-se padre em agosto de 2003 e, já no ano seguinte, assumiu a Paróquia de São Cristóvão, no Paranaguá. 

Em 2006, Adelir denunciou a violência contra pessoas em situação de rua, que eram torturadas por agentes da segurança pública de Paranaguá, cidade onde morava e atuava como sacerdote. 

Seu principal trabalho como pároco foi a criação da Pastoral Rodoviária, um projeto de prestação de serviços para caminhoneiros que trafegavam na região. O padre era um paraquedista experiente que tinha o sonho de quebrar o recorde de 20 horas no ar com balões de gás hélio.

20 de Abril de 2008

Fiéis, curiosos e imprensa cercaram Adelir no dia 20 de abril de 2008. Antes da decolagem, o padre celebrou uma missa especial e, mesmo com o céu nublado e o tempo instável, decidiu partir. 

Às 13h, preso em uma cadeira sustentada por 1.000 balões, o sacerdote partiu da cidade Paranaguá, no Paraná, com a intenção de chegar a Dourados, em Mato Grosso do Sul, em um voo de 20 horas.

No equipamento de voo, estavam inclusos paraquedas, capacete, roupas impermeáveis, aparelho de GPS, celular, telefone por satélite, coletes salva-vidas, traje de voo térmico, alimentos e água. 

Apenas com vinte minutos no ar, ele conseguiu superar a altitude prevista. O sacerdote alcançou 5.800 metros acima do nível do mar. Fato que surpreendeu a equipe que acompanhava ele na terra. 

“Graças a Deus estou bem de saúde, consciência tranquila, tá muito frio aqui em cima, mas tá tudo bem”, disse o padre durante contato com a equipe.

Problemas no voo

Antes de desaparecer e perder a comunicação, o padre comentou com as autoridades que as condições climáticas eram desfavoráveis e citou problemas com o dispositivo de navegação GPS

“Eu preciso entrar em contato com o pessoal para que eles me ensinem a operar esse GPS aqui para dar as coordenadas de latitude e longitude que é a única forma que alguém por terra possa saber onde eu estou. O celular via satélite fica saindo de área e além disso a bateria está enfraquecendo”.

O último contato de Adelir com a equipe ocorreu às 21h, do dia 20 de abril, quando ele estava a cerca de 25 quilômetros do município de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Investigações da época apontaram que o mau tempo o teria levado em direção ao mar. 

Padre do Balão foi encontrado?

Várias frentes de buscas foram montadas no litoral brasileiro. Após dois meses de procura, os restos mortais do padre foram encontrados

Adelir foi achado no mar no dia 4 de julho de 2008, por um barco rebocador que prestava serviços à Petrobas próximo à costa de Maricá, no Rio de Janeiro. 

Sacerdote foi recebido com uma salva de palmas em Paranaguá, por fiéis que aguardavam a chegada do padre em vigília na Paróquia São Cristóvão, onde foi realizada uma missa em homenagem ao religioso. Ele foi sepultado em sua cidade natal, Ampére.

Sucesso na primeira 

Antes da viagem do dia 20 de abril, Adelir fez um teste e obteve sucesso de primeira. Ele voou a bordo de balões de gás hélio em um passeio que durou quatro horas. 

No dia 13 de janeiro de 2008, o padre saiu da cidade de Ampére, no Paraná, e viajou até San Antonio, na Argentina. Foram percorridos 25 quilômetros. Na ocasião, foram usados 600 balões de gás hélio e Adelir voou a uma altitude de 5.300 metros acima do nível do mar.

Projeto voluntário 

O maior projeto de Adelir Carli foi o abrigo para caminhoneiros no Paraná. Foram arrecadados cerca de R$ 800 mil no projeto para caminhoneiros, que estava localizado em um terreno de 62 mil m², ao lado do pátio de triagem do Porto de Paranaguá.

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