Carro em que criança de três anos foi baleada era roubado, diz MJ; Dino pede esclarecimentos
O ministro solicitou celeridade a Policia Rodoviária Federal no Rio de Janeiro. Pai da criança afirma que não sabia que veículo era roubado. Ele comprou o carro há dois meses
O carro que transportava a criança de 3 anos baleada durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, consta como roubado no sistema do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Flávio Dino, titular da pasta, solicitou esclarecimentos a PRF.
"Já solicitei esclarecimentos e providências aos órgãos de direção da PRF naquele Estado. Estou aguardando a resposta, que será comunicada imediatamente. E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento na PRF. Outras medidas serão informadas em breve", escreveu no X, antigo Twitter.
Envolvidos no caso, três agentes já foram afastados. A PRF informou que as circunstâncias do disparo estão sendo apuradas. A arma do policial que efetuou os tiros foi apreendida. A corporação manifestou ainda se solidarizar com a família.
"A PRF expressa seu mais profundo pesar e solidariza-se com os familiares da vítima, assim como está em contato para prestar apoio institucional", dizia nota enviada ao g1.
Heloísa dos Santos Silva foi atingida no Arco Metropolitano, enquanto estava em um Peugeot 207 Passion com a família. Willian da Silva, pai da garota, alega que não sabia que o carro era roubado e que o comprou há dois meses, em Petrópolis. A garota foi baleada na cabeça e coluna.
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Entenda o caso
O veículo foi atingido por pelo menos três disparos. Um dos projéteis atingiu uma mala, que está sendo periciada no 48ª DP (Seropédica). A família retornava de Itaguaí para Petrópolis quando o caso ocorreu.
No veículo estavam os pais da menina, uma tia e uma irmã, de 8 anos. Ao Bom Dia Rio, da TV Globo, Willian Silva, pai da criança, revelou que a família não recebeu ordem de parada e não foi abordada. Contudo, percebeu que a viatura se aproximou bastante de seu carro.
"Era por volta de 19h e pouco, a gente estava voltando da casa dos nossos avós, quando tinha um carro da PRF parado, no cruzamento, na entrada de Seropédica. Eles estavam parados, eu vi que eles vieram. Mas, até então, eles não deram sinal para eu parar, só que eles estavam muito perto do meu carro. Aí, eu dei seta para encostar. Nessa que eu encostei, o carro tava quase parado, e eles alvejaram. Dispararam mais de quatro tiros. Eu já estava no acostamento, praticamente parado", revelou.
Toda a família saiu do veículo com as mãos ao alto, menos Heloísa. "Minha reação foi sair do carro e levantar as mãos para eles pararem de atirar, para ver que não tem nenhum vagabundo, nem nada de errado. Aí, todos saíram, menos a Heloísa. Foi nessa hora que, até mesmo os policiais, entramos em desespero. Eles prestaram socorro para virmos para o hospital", descreveu.
Heloísa está em estado grave no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, de Duque de Caxias. O disparo atingiu o crânio da garota. Alena Silva, mãe de Heloísa, não consegue descrever o sentimento que passa.
"É uma tristeza muito grande, que não desejo a ninguém. A minha filha só tem três anos", contou.