Assalto em Guarapuava: veja o que se sabe até agora do ataque

A ação espalhou caos ao sitiar ruas, atacar o batalhão da Polícia Militar e supostamente usar moradores como escudo humano

Escrito por Redação ,
Montagem com imagens de ataque a Guarapuava
Legenda: Com pouco mais de 180 mil habitantes, a cidade foi atacada por mais de 30 criminosos
Foto: reprodução

Uma quadrilha realizou uma tentativa de assalto a uma empresa de transporte de valores na cidade paranaense de Guarapuava, entre a noite de domingo (17) e a madrugada de segunda-feira (18). A ação espalhou caos ao sitiar ruas, atacar o batalhão da Polícia Militar no município e supostamente usar moradores como escudo humano. 

Confira o que se sabe até agora sobre o caso. 

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Cidade isolada

Com pouco mais de 180 mil habitantes, a localidade foi atacada por mais de 30 criminosos. Testemunhas relataram que a ação criminosa começou por volta das 22h30 de domingo. As informações são do portal Uol

Em vídeos, publicados nas redes sociais, é possível observar alguns moradores usados como escudos humanos para proteger os suspeitos, que utilizavam veículos blindados. Apesar dos registros, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP/PR) não reconheceu que houve reféns na ocasião. 

A BR-277, no km 353 e no km 330, teve o trânsito bloqueado por volta da 1h55. Os suspeitos usaram dois caminhões incendiados para interromper a passagem de veículos pela rodovia federal e impedir o acesso à Guarapuava. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que as ocorrências estavam relacionadas ao ataque. As vias foram liberadas no início da manhã de segunda-feira.    

Caminhão em chamas bloqueia a BR-277
Legenda: Veículos em chamas foram usados para bloquear acesso à cidade
Foto: reprodução/redes sociais

Ataque ao batalhão da PM

Segundo a Polícia Militar, a sede do 16º Batalhão da corporação foi alvejada por disparos de arma de fogo e veículos incendiados e colocados nas saídas do prédio, com intuito de evitar a movimentação dos agentes de segurança. Outros carros em ruas estratégicas da cidade também foram queimados. 

Conforme a autoridade, ela optou por não entrar em confronto com os criminosos para não causar perigo à população. 

Imagem mostra veículo pegando fogo em frente ao batalhão da Polícia Militar de Guarapuava
Legenda: A Polícia informou que pelo menos sete veículos blindados foram usados pelo grupo de cerca de 30 criminosos
Foto: reprodução

Moradores ouviram os sons de disparos de armas de fogo e vestígios de armamentos de grosso calibre foram encontrados pelas ruas de Guarapuava. Segundo informações do portal Uol, uma arma semelhante a um fuzil chegou a ser abandonada sob uma árvore. 

Valor subtraído e fuga

Após o ataque, o grupo fugiu em sete veículos, abandonados em seguida. Conforme as autoridades, o bando não conseguiu entrar na empresa de transporte de valores, então não levaram nenhuma quantia em dinheiro. 

"Tivemos êxito e frustramos a ação deles. Eles acabaram saindo da cidade e aí sim, nos bloqueios que fizemos, tivemos confrontos na área rural. Os setes veículos que estavam na ação foram alvejados e acabaram abandonados. Uma farta munição foi apreendida e estamos em busca desses elementos", detalhou o tenente-coronel Joas Lins.

Segundo o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, a Polícia estava preparada para um ataque do tipo, após os crimes semelhantes que ocorreram em Criciúma, Santa Catarina, e Araçatuba, em São Paulo. "Havia indicativo que nosso estado poderia ser alvo", disse em coletiva de imprensa.

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Ainda conforme o oficial, os agentes de seguranças conduziram um plano de contingência, que tinha o intuito de levar os criminosos para a zona rural. Leôncio Teixeira reforçou que não houve confronto dos policiais com os suspeitos na zona urbana.

A empresa de transporte de valore Protege, com sede em Guarapuava, informou que a ação criminosa tinha como objetivo o cofre e a base operacional do empreendimento, mas falhou. Ela ainda reconheceu o "relevante trabalho das forças de segurança no enfrentamento ao bando de criminosos que atacou a cidade".

Suspeito preso 

Até o momento, apenas uma pessoa foi presa suspeita de envolvimento na ação criminosa. Segundo a Polícia, o suspeito é um homem natural de Guarapuava e teria auxiliado à quadrilha com o aluguel de casas na região. A identidade dele não foi revelada. 

O indivíduo foi levado à delegacia da cidade, onde prestou depoimento por cerca de cinco horas, sendo liberado em seguida. O celular dele foi apreendido para ser submetido a perícia policial. 

Feridos

Pelo menos três pessoas foram feridas na ação: dois policiais militares, com ferimentos nas regiões da perna e da cabeça, e um morador, atingido no braço. Segundo a Polícia, nenhum dos feridos corre risco de morrer. 

Buscas pelos suspeitos

Leôncio Teixeira revelou que a Polícia trabalha com a hipótese de que haja suspeitos feridos

"Alguns estão feridos, temos marcas de sangue nos veículos e nas ruas, e os cães farejadores já localizaram onde estão. Estamos pedindo que as pessoas que moram na região atendam aos policiais, eles estão autorizados a bater de porta em porta", alertou.

Tanque reforçou segurança do Exército

Legenda: Exército apontou que não houve ataque contra instalações militares
Foto: Reprodução/NSC

O Exército utilizou um veículo blindado para proteger as próprias instalações militares, em Guarapuava, durante a madrugada de segunda-feira. Segundo a corporação militar, a 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada usou uma viatura blindada Guarani para transportar militares do 26º Grupo de Artilharia de Campanha.

Apesar de moradores filmarem a saída do veículo do quartel e apontarem que o blindado foi usado para ajudar a polícia, o Exército negou a informação

O veículo foi utilizado para reforçar a segurança de instalações de administração militar na área localizada fora do perímetro do quartel.

Aulas suspensas

Na segunda-feira, as aulas de escolas e universidades do município foram suspensas e poucas pessoas circularam pelas ruas, conforme relataram alguns moradores. A Polícia declarou que a situação está controlada e que não há risco aos habitantes.

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