Peritos identificam anestésico de elefante em cocaína adulterada que matou 24 pessoas na Argentina

A substância carfentanil possui efeitos "10 mil vezes mais fortes" que a heroína ou o fentanil

Escrito por Redação ,
cocaína envenenada
Legenda: Paciente acolhido em hospital após consumir cocaína adulterada em Loma Hermosa, na província de Buenos Aires
Foto: Tomas Cuesta/AFP

A cocaína envenenada que matou 24 pessoas na Argentina tinha carfentanil, um opioide de uso veterinário usado para anestesiar elefantes. A informação foi compartilhada pela imprensa local que teve acesso a relatos de peritos. 

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"O resultado de dois estudos de especialistas independentes chegaram à conclusão de que a substância utilizada para aumentar o cloridrato de cocaína, encontrada em várias amostras apreendidas no contexto dessas ações, é o carfentanil, um opioide extremamente forte cujos efeitos são 10 mil vezes mais fortes, ou mais forte que a heroína ou o fentanil", detalha o "Clarín". 

A substância responsável por adulterar o entorpecente foi identificada tanto por peritos do laboratório da Promotoria de Munro e quanto da Polícia Científica de Buenos Aires.

Por causa da alta toxidade do carfentanil e das "consequências mortais", a Agência Norte-americana de Combate às Drogas (DEA) chegou a emitir um comunicado orientando agentes a não manusearem drogas quando desconfiarem haver essa substância. 

“A dose letal para carfentanil em humanos é desconhecida. No entanto, como observado, ele é aproximadamente 100 vezes mais potente que o fentanil, que pode ser fatal na faixa de 2 miligramas, dependendo da via de administração e de outros fatores”, detalha a DEA.

Suspeito

O consumo de cocaína adulterada provocou a morte por intoxicação de 24 pessoas na periferia noroeste de Buenos Aires, na Argentina, no último dia 2 de fevereiro. A droga foi processada com "alto nível de toxicidade", o que também levou à hospitalização dezenas de pessoas com sintomas graves de insuficiência respiratória.

O traficante paraguaio Joaquín Aquino, conhecido como “El Paisa", é apontado pelas autoridades como o distribuidor do ilícito. Ele foi preso no último dia 3 de fevereiro e teve uma ordem de  expulsão permanente do país emitida. Outras 12 pessoas envolvidas na distribuição e venda da droga também foram detidas.

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