“Não havia outra escolha”, diz Putin sobre guerra na Ucrânia; uso de armas químicas é investigado

Analistas aliados da Ucrânia avaliam que combates podem se intensificar nas próximas duas ou três semanas.

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente russo alega que o conflito tem "objetivos nobres".
Foto: Mikhail KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta terça-feira (12) que a guerra contra a Ucrânia - hoje em seu 48º dia - era apenas questão de tempo, de acordo com relatos de agências de notícias da Rússia. "Não havia outra escolha", disse ele.

Em paralelo, o Ministério da Defesa da Rússia alega ainda que ao menos 50 militares ucranianos foram mortos em "uma tentativa frustrada de escapar" da cidade portuária de Mariupol, na última segunda (11).

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Putin também comentou que a “operação especial”, como chama a guerra no país vizinho, tem como objetivo ajudar cidadãos das áreas separatistas da Ucrânia. 

O presidente afirma que o governo ucraniano se recusou "a cumprir os acordos de Minsk visando uma solução pacífica para os problemas do Donbass", uma área separatista.

Uso de armas químicas

Embora a Defesa russa declare as mortes de 50 militares em Mariupol, o relatório de hoje (12) do Ministério da Defesa da Ucrânia não as confirma. Porém, admite que, "no futuro, o inimigo tente tomar o controle da cidade". 

A região, no sul da Ucrânia, está sob ataque praticamente desde o início da invasão russa e hoje é alvo de preocupação do governo ucraniano e de aliados, como Reino Unido e Estados Unidos, que avaliam a possibilidade de um ataque químico na região. 

Os britânicos já avaliam que os combates no oriente ucraniano irão se intensificar nas próximas duas ou três semanas, e investigam se a Rússia teria usado armamento químico. 

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A deputada ucraniana Ivanna Klympush afirmou que foi usada uma "substância desconhecida" na cidade e que a população apresentava problemas respiratórios. "O mais provável, armas químicas", disse.

Além disso, o ucraniano Batalhão Azov publicou no Telegram que um drone russo despejou uma "substância venenosa" nas tropas e civis ucranianos em Mariupol.

Putin rebate sanções

O principal interesse da Rússia em Mariupol é consolidar suas conquistas territoriais na faixa costeira ao longo do Mar de Azov, conectando as áreas separatistas do Donbass à península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Putin também comentou que as metas da guerra que "são nobres", tendo como objetivo "ajudar" as pessoas das áreas separatistas, segundo a agência russa Tass. 

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O presidente russo disse ainda que é impossível isolar "um país tão grande", rebatendo as diversas sanções já impostas por outras nações.

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