Idosa russa é multada em R$ 2,4 mil por elogiar a aparência do presidente da Ucrânia: 'jovem bonito'
O comentário foi feito em dezembro do ano passado durante uma conversa entre a idosa condenada e outra mulher russa
Uma mulher russa, de 70 anos de idade, terá de desembolsar 40 mil rublos — em torno de R$ 2,4 mil — por "desacreditar" o exército da Rússia ao dizer que acha o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, um "jovem bonito".
O comentário foi feito por Olga Slegina em dezembro do ano passado, segundo o periódico britânico Daily Mail, com informações do Centro Memorial de Direitos Humanos. A idosa foi condenada por um tribunal de Moscou no último dia 18 de abril, em uma audiência que durou apenas cinco minutos.
A condenação teve base em leis de "censura de guerra" introduzidas no país em março do ano passado, como forma de penalizar administrativamente qualquer cidadão que desacredite as Forças Armadas russas.
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O comentário
O comentário teria sido feito por Olga durante uma conversa com outra mulher em Odessa, na Rússia. A interlocutora teria chamado Zelensky de "aberração" e a idosa respondeu que achava que ele tinha "um bom senso de humor" — antes de entrar para a política, o presidente ucraniano era ator e comediante.
Três dias depois, Olga foi abordada por um homem à paisana para falar sobre os comentários. Ele teria dito à idosa que três pessoas denunciaram à Polícia suas declarações a respeito do Zelensky.
Ela foi conduzida a uma uma viatura e levada para uma delegacia local. Lá, as autoridades alegaram que ela havia "elogiado Zelensky", ao que ela respondeu apenas ter comentado sobre sua aparência.
A russa foi interrogada e, depois, os policiais solicitaram que ela assinasse um documento, que ela disse não ter conseguido ler corretamente por sofrer de catarata. O Memorial alega que a documentação "alterou" a fala de Olga.
O Daily Mail publicou que a idosa pretende ainda recorrer da multa. Ela está sendo representada por um advogado do OVD-Info, um projeto de mídia russo de direitos humanos que combate a perseguição política.