Hamas liberta duas reféns mantidas em Gaza por 'razões humanitárias'
Segundo o grupo extremista, a libertação das vítimas é um gesto de 'boa vontade'
Brigadas al-Qassam, porta-voz do grupo extremista Hamas, afirmou nesta sexta-feira (20) que duas reféns norte-americanas, que estavam sendo mantidas em Gaza desde 7 de outubro, foram libertadas por "razões humanitárias", após negociações com o Catar. A informação foi confirmada pela Cruz Vermelha.
"Em resposta aos esforços do Catar, as Brigadas al-Qassam libertaram dois cidadãos americanos [uma mãe e sua filha] por razões humanitárias", informou Abu Obaida em comunicado.
Ainda no pronunciamento, ele disse que a ação tinha como objetivo "provar ao povo americano e ao mundo que as alegações feitas pelo [presidente Joe] Biden e seu governo fascista são falsas e sem fundamento", afirmou.
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Em entrevista à rede Al Jazeera, Ghazi Hamad, membro do gabinete político do Hamas, disse que a libertação das duas reféns americanas é um gesto de "boa vontade" do grupo.
"É um gesto de boa vontade do Hamas para provar a toda a comunidade internacional que o Hamas não é uma organização terrorista", disse.
REFÉNS
As vítimas são mãe e filha, Judith Raanan e Natalie Raanan, respectivamente. Elas possuem dupla nacionalidade, de Israel e dos Estados Unidos, e chegaram hoje ao Egito, segundo o canal israelense 12. A jovem tem 18 anos e concluiu recentemente o ensino médio. As duas moram em Evanston, Illinois, nos arredores de Chicago.
A CNN informou que o motivo da libertação das reféns pelo grupo foi o estado de saúde da mãe. A família foi ao país de férias, para participar da celebração religiosa Nahal Oz, quando foi atacada pelo grupo extremista.
Segundo informado por Israel, pelo menos 203 pessoas foram sequestradas pelo Hamas desde o dia do ataque em 7 de outubro.
ORDEM DE EVACUAÇÃO EM GAZA
Mais de um milhão de pessoas no norte da Faixa de Faza receberam ordens de fugir antes da anunciada incursão. Um êxodo que, segundo os órgãos de ajuda humanitária, pode desencadear um desastre humanitário. Essa faixa estreita e empobrecida, onde vivem 2,3 milhões de residentes, vive em um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo desde 2006.
Desde o ataque sangrento do grupo islâmico palestino Hamas em solo israelense no dia 7 de outubro, mais de 1.400 pessoas morreram em Israel, a maioria civis, e o movimento islâmico fez cerca de 200 reféns. Do lado palestino, pelo menos 3.785 pessoas perderam a vida, principalmente civis, nos bombardeios feitos por Israel.