Coreia do Norte lança míssil e Japão pede à população que procure abrigo; entenda
Coreia do Sul também emitiu alertas sobre disparos realizados pelo país vizinho
A Coreia do Norte lançou diversos mísseis contra a Coreia do Sul e o Japão nesta quinta-feira (3). Segundo o Exército sul-coreano, a série de disparos realizados pelo país vizinho nas últimas 24 horas é um recorde.
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O Estado-Maior Conjunto sul-coreano detectou, nesta manhã, o lançamento de dois mísseis de curto alcance e um intercontinental, o ICBM. No entanto, esse último aparentemente falhou. Segundo os militares, a capacidade do equipamento bélico era de quase 760 km de alcance, altura de 1.920 km e velocidade de Mach 15 — equivalente a 15 vezes a velocidade do som.
"O lançamento de um ICBM pela Coreia do Norte supostamente terminou em fracasso", afirmou o Exército da Coreia do Sul.
Seul acrescentou que "os mísseis de curto alcance percorreram quase 330 km a uma altura de cerca de 70 km, com velocidade de Mach 5".
Moradores do país e de áreas do norte do Japão receberam alertas para procurar refúgios após os disparos desta quinta-feira.
Apesar do aparente fracasso do projétil intercontinental, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, condenou o caso e pediu a todas as nações que reforcem as sanções contra o país governado pelo ditador Kim Jong Un, alegando que o regime violou as resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os lançamentos aconteceram um dia após o país governado por Kim Jong Un disparar mais de 20 projéteis, incluindo um que caiu em águas territoriais sul-coreanas.
Alertas de ataque
A imprensa sul-coreana disse que as sirenes de ataque aéreo foram acionadas novamente na ilha de Ulleungdo (leste). Os moradores da localidade receberam alertas na quarta-feira (2) para buscar refúgio após um míssil cruzar a fronteira marítima entre as Coreias.
O governo japonês também emitiu um alerta um pouco antes das 8h locais (20h de Brasília, quarta-feira) para os habitantes de áreas do norte do país, que deveriam procurar abrigos.
O Japão afirmou em um primeiro momento que um míssil sobrevoou o território nacional, mas o ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, afirmou depois que o míssil não atravessou o país, "mas desapareceu no Mar do Japão" entre o arquipélago e a península coreana.
Adiamento de manobras militares
A série de disparos da Coreia do Norte coincide com as manobras militares que receberam o nome de "Tempestade Vigilante", dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, com centenas de aviões mobilizados pelos dois lados. A operação é uma das maiores já organizadas pelos países que Pyongyang considera como inimigos.
A Coreia do Norte afirmou que os exercícios eram "agressivos e provocadores".
Na quarta-feira, entre os 20 projéteis disparados, um deles cruzou a linha limite norte, a fronteira marítima de fato entre as duas Coreias. O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol disse que o lançamento constitui "uma invasão territorial de fato" e o Exército respondeu com três mísseis ar-terra que caíram perto desta fronteira.
Kim Jong Un multiplicou os testes militares este ano e mudou recentemente as leis para declarar como "irreversível" seu arsenal atômico, descartando assim a possibilidade de negociar uma desnuclearização.
Possível teste nuclear norte-coreano
Estados Unidos e Coreia do Sul alertam há vários meses que a série recente de disparos de Pyongyang pode resultar no sétimo teste nuclear da história do país. A série de lançamentos indica "uma boa possibilidade de que o próximo teste será de armas nucleares táticas. Provavelmente muito em breve", disse O'Carroll, do site especializado NK News em Seul.
O analista Ahn Chan-il também opinou que "estes são eventos de pré-celebração da Coreia do Norte antes do próximo teste nuclear". "Também parecem uma série de testes práticos para sua mobilização nuclear tática", acrescentou.
Em 4 de outubro, a Coreia do Norte disparou um míssil que sobrevoou o Japão e provocou alertas para que moradores abandonassem suas casas.
O regime de Pyongyang afirmou que testou um "novo tipo de míssil balístico terra-terra de alcance intermediário" e que, ao lado de outros testes, eram "exercícios nucleares táticos" que simulavam um ataque contra a Coreia do Sul.
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