Brics: Putin diz ter 3 vacinas contra Covid-19 e que imunizante é chave para retomada econômica

O presidente da Rússia afirmou que há três vacinas contra novo coronavírus em estudo no país; Jair Bolsonaro participa da XII Cúpula dos Brics

Escrito por Estadão Conteúdo ,
foto
Legenda: Vladimir Putin afirmou, na cúpula dos Brics, que a Rússia conta com três vacinas contra o vírus com pesquisas em andamento
Foto: ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP

Em discurso que tocou em uma gama de variados assuntos, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu bastante ênfase à pandemia de coronavírus durante a abertura da XII Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), da qual participa o presidente Jair Bolsonaro. Ele reforçou que o país tem desenvolvido vacinas contra a doença. Este ano, por causa do surto, a reunião é realizada de forma virtual e a Rússia é o país anfitrião.

> Rússia libera primeiro lote da vacina contra Covid-19 para a população

> Rússia anuncia registro de segunda vacina contra a Covid-19

> Vacina Sputnik V contra Covid-19 tem 92% de eficácia, afirma Rússia

Segundo Putin, os membros do Brics reagiram rapidamente para combater a Covid-19. Ele enfatizou que seu país conta com três vacinas contra o vírus com pesquisas em andamento e salientou que o imunizador será fundamental para reabilitar as economias de todo o mundo. "Estamos intensificando nossos esforços e cooperação. Isso não é novo para os Brics", avaliou.

Ele considerou que os países do Brics têm conseguido preservar seus mercados financeiros por meio de atuação e mecanismos de suas instituições.

O presidente russo lembrou os demais líderes que participam da reunião que as discussões desta terça-feira (17) serão realizadas dias antes do encontro de chefes de Estado e de governo das 20 maiores economias do mundo (G-20), marcada para o fim de semana. "Vamos antecipar discussão dos principais tópicos do G-20", afirmou.

Conforme Putin, os membros dos Brics continuam a interagir em várias áreas essenciais, não apenas em economias, mas também na área de cultura e esportes, entre outros. Ele também pediu empenho aos demais líderes para ações antiterroristas e de segurança cibernética e comentou que perigos como este têm desestabilizado países do Oriente Médio e do Norte da África.

Força multiplicadora

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, destacou que seu país pode ser uma "força multiplicadora" para a recuperação global após a pandemia de Covid-19. Durante discurso na reunião de cúpula dos Brics, ele citou a capacidade da Índia de produzir medicamentos em massa.

"Desafios estão tomando conta do mundo com impacto na estabilidade, segurança e crescimento. Nessas três áreas, os Brics têm importante papel", avaliou.

Dos líderes do Brics, o premiê indiano foi o primeiro a tocar na questão do multilateralismo. Modi disse que seu país apoia o multilateralismo, mas que instituições com esse enfoque passam atualmente por uma crise. "A principal razão para isso é que elas não mudaram apropriadamente de acordo com o tempo", afirmou.

Em seu discurso, ele citou algumas delas como de fundamental importância para o mundo, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização Internacional do Comércio (OMC) e a Organização Internacional da Saúde (OMS).

O primeiro-ministro salientou que a "culpa" da desatualização não é apenas das instituições, mas de todos os países que são seus membros. "Temos de assegurar que os países apoiem essas instituições", disse, acrescentando que os Brics podem gerar uma tendência não apenas neste campo, mas também em outras áreas. Modi lembrou que no próximo ano a Índia é que será a anfitriã do evento e prometeu trabalhar para fortalecer a solidariedade de seus membros.
 

Assuntos Relacionados