Uma nova variante do coronavírus, de origem ainda desconhecida, foi identificada nas cidades de Mococa e Porto Ferreira, no interior de São Paulo, conforme anunciou João Pessoa Araújo Júnior, pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Batizada de "P.4", a mutação teve os primeiros casos descobertos no começo de maio.
A análise da Unesp foi submetida e confirmada com o Global Initiative on Sharing All Influenza Data (GISAID), uma entidade internacional com banco de dados sobre genomas de vírus. As informações são do portal G1 SP.
Uma alta frequência da variante foi achada na cidade de Porto Ferreira e, segundo o pesquisador e professor, é necessária uma atenção específica para essa região do estado de São Paulo, de modo a evitar uma maior disseminação.
A mutação L452R na proteína S está presente neste novo achado e também se encontra na cepa indiana identificada recentemente no País.
Conforme o pesquisador, que também é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, ainda não é possível falar sobre as características e implicações específicas dessa mutação viral.
Comportamento da nova variante
Araújo Júnior pontua que ainda não foi possível identificar se a P.4 é mais letal ou não que as outras variantes existentes. Isso, explica o pesquisador, porque ela foi encontrada em um ambiente onde a P.1 (variante britânica) se encontra.
"Então, isso foi reconhecido pelo GISAID e agora, com esse nome, a gente vai ter condição de acompanhar melhor qual vai ser a disseminação dele e a gente quase que implora para os órgãos competentes de saúde para olhar com mais cuidado para essa região, pra gente minimizar a transmissão dessa variante P.4. pra outras regiões, como aconteceu com a variante P.1", disse o especialista ao G1.