Autor de Beleza Fatal conta como conseguiu conquistar público conservador em novela “sem lacração”

Novela da HBO não deve ter continuação, de acordo com autor

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Redação producaodiario@svm.com.br
Legenda: Último capítulo da obra foi lançado na sexta-feira (21)
Foto: Divulgação/Max

Com um enredo digno de "novelão", Beleza Fatal foi um sucesso, mas não deve ter continuação, confirmou o autor Raphael Montes ao UOL neste sábado (22). Ele falou ainda sobre os elementos da trama e defendeu novela "sem lacração".

"Acho que Beleza Fatal é um sucesso, marca o momento de uma narrativa do streaming que conseguiu chegar na casa das pessoas e virou cultura pop, mas eu acho que é bom que as coisas comecem, mas também terminem", disse Montes.

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Montes disse ainda que não acredita "numa dramaturgia" que seja "lacrativa".

A novela foi muito bem aceita, conforme o autor confirmou, pelo público considerado mais conservador. Mesmo que  Beleza Fatal tenha alguns personagens gays e trans, foi produzida sem a intenção se ensinar e doutrinar seu público. O fato é apontado por Montes como o segredo para agradar todos os públicos.

"Eu sou um homem gay, mas não acredito que quando você vai contar uma história, você tem que ficar dando lição de moral no público, falando, olha que absurdo você ser homofóbico, olha que absurdo. Não, eu acredito que tem que ser tratado de maneira natural", pontua o autor.

Raphael Montes acredita que a melhor maneira de discutir e trazer esses temas para o público é a naturalização no enredo.

"Quando eu recebi esse dado de que o público conservador também gosta de Beleza Fatal, ou seja, não desliga porque tem assuntos atuais, a meu ver isso é muito positivo, porque, na verdade, mesmo o público conservador sabe que existem mulheres trans e que existem homens gays e pessoas bissexuais. Na medida em que o público não se sente ofendido ou se sente intimado a pensar de determinada maneira, eu acho que a gente naturaliza esses assuntos como deve ser", 

Qual a trama de Beleza Fatal?

Beleza Fatal tem ingredientes que tornam sempre uma história interessante, como a busca por vingança e justiça. No pano de fundo está o agitado mundo da beleza, da cirurgia plástica e dos tratamentos estéticos.

Na trama, Sofia (Camila Queiroz) enfrenta uma desafiadora jornada após ver sua mãe ser presa injustamente devido a sua prima Lola (Camila Pitanga).

A jovem é acolhida pela família de Elvira Paixão (Giovanna Antonelli), que lida com a tragédia de ter a filha Rebeca hospitalizada após uma cirurgia plástica malsucedida. Eles unem forças na dor e na indignação para destruir Lola e todos os responsáveis por suas tragédias.

Sofia mergulha em uma obsessiva busca por reparação, mas ao reencontrar um amor de infância, começa a questionar suas escolhas e descobre que a justiça tem um preço mais alto do que imaginava.