Brasil recebe 200 dos 1.000 ventiladores pulmonares doados pelos EUA

Em cerimônia virtual, autoridades dos dois países destacaram laços estreitos de cooperação na luta contra a pandemia

Escrito por Sérgio Ripardo ,
Legenda: Carregamento de 200 ventiladores pulmonares de última geração, produzidos nos EUA, chegam ao aeroporto de Guarulhos (SP)
Foto: Embaixada dos EUA no Brasil

O Governo Bolsonaro recebeu, nesta sexta-feira (26),  o primeiro carregamento de 200 dos 1.000 ventiladores pulmonares doados pelo Governo dos EUA, por meio da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) para apoiar o Brasil na luta contra a Covid-19. O Ministério da Saúde ainda vai definir como será a distribuição desses equipamentos para os hospitais nos estados.

A doação demonstra o compromisso do presidente Donald Trump em entregar esse recurso extremamente necessários para a resposta imediata do Brasil à pandemia, informou o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman.

“Estamos realmente satisfeitos de ver a primeira leva dos 1.000 ventiladores prometidos ao Brasil pelo presidente Trump. Estamos trabalhando com o Ministério da Saúde para garantir que os ventiladores sejam rapidamente incorporados ao sistema de saúde do Brasil e possam ajudar os brasileiros que mais necessitam”, declarou o diplomata.   

Os 200 ventiladores, produzidos nos EUA, estão avaliados em mais de US$ 2,5 milhões e são equipamentos cruciais para o tratamento de pacientes mais graves. 

Em cerimônia virtual, realizada na tarde desta sexta-feira, o Secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Norberto Moretti, e o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, agradeceram, em nome do presidente Jair Bolsonaro, a doação americana.

"Vamos vencer a guerra contra a Covid-19", disse Franco, após destacar o "bom diálogo" entre os dois países e lembrar os esforços do trabalho de cooperação para facilitar a entrada dos equipamentos doados ao Brasil.

Franco também aproveitou para informar que o Brasil está buscando uma adesão aos esforços de desenvolvimento de uma potencial vacina contra o novo coronavírus. Nesta semana, o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) revelou a intenção do País de assinar um acordo com a Universidade de Oxford, do Reino Unido, que está em fase adiantada (testes em seres humanos) para conseguir um imunizante.

Amazônia

Já William Steiger, chefe de gabinente da USAID, enfatizou os projetos de cooperação entre EUA e Brasil em diversas áreas. Além da entrega de ventiladores pulmorares, a USAID está financiando um pacote customizado de suporte técnico com garantia, assessórios como equipamento de monitoramento, tubos e filtros. Essa doação se soma aos mais de US$ 12 milhões que o governo dos EUA já doou ao Brasil para a resposta à pandemia, e os aproximadamente US$ 40,5 milhões de empresas norte-americanas instaladas no país. 

Outros esforços apoiados pelo os EUA incluem atividades emergenciais de saúde, água potável, saneamento e higiene para apoiar comunidades vulneráveis na Amazônia, incluindo ações de comunicação de riscos, engajamento comunitário, prevenção e controle de infeções em instalações de saúde, mapeamento de doenças e resposta rápida, suporte a refugiados e comunidades que trabalham no combate à pandemia. Além disso, os recursos incluem incentivos ao setor privado para lidar com os impactos, não relacionados à saúde, em populações vulneráveis.

Por décadas, os EUA têm sido o principal doador de assistência bilateral em saúde. Desde 2009, os contribuintes norte-americanos custearam mais de US$ 100 bilhões em assistência a saúde e cerca de US$ 70 bilhões em ajuda humanitária.