A partir dessa segunda-feira (5), o sinal de 5G passa a funcionar em Fortaleza para os usuários que tiverem dispositivos adaptados à nova tecnologia. Mas com discussões sobre carros autônomos e internet das coisas, a discussão sobre impactos diretos para os usuários acaba ficando de lado. Segundo especialistas, a velocidade de navegação e download – que poderá ser até 100 vezes maior do que no 4G –, além do menor "congestionamento", gerando menos perdas de sinal, deverão ser as principais vantagens sentidas.
Mas o que poderia significar uma velocidade tão mais rápida assim de conexão à internet móvel? Na base de comparação, o 4G – que tem um limite máximo de 100 mbps (megabit por segundo) – seria um ciclista de alta performance competindo contra um avião a jato representado pelo 5G, com velocidade de 10 gigabit por segundo.
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De acordo com o professor Aminadabe Barbosa de Sousa, da Universidade Federal do Ceará (UFC), esse ganho de velocidade vai possibilitar logo nos primeiros dias uma navegação consideravelmente mais rápida. Para se ter uma ideia, um filme de 25 Gb, que poderia ser baixado em 35 minutos e 47 segundos usando o 4G, terá o download realizado em cerca de 21 segundos usando a tecnologia do 5G.
Outro benefício sentido é que as plataformas de vídeo poderão oferecer níveis de qualidade muito maiores para os usuários, que terão um download mais estável e veloz. As vídeo chamadas também deverão ser impactadas pelo 5G, garantindo um serviço sem travamentos e poucas falhas.
E, além disso, o risco de perder conectividade ou queda de velocidade em locais onde houver um número grande de pessoas, também será quase zero.
Em estádios de futebol, por exemplo, é muito comum perder a conectividade por conta do número de torcedores concentrados no mesmo espaço, algo que deve deixar de acontecer.
"Essa realidade de carros autônomos e tudo mais vai ser mais de 2025, mas vamos sentir de imediato as video chamadas vão ficar melhores, a experiência com jogos eletrônicos ficará melhor, as transmissões ficaram melhores e não teremos tantas perdas de sinal. Em locais com muita gente, não devemos mais perder o sinal", explicou Barbosa.
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O professor da UFC também destacou que, como o número de pessoas com acesso ao 5G ainda deve ser pequeno, os usuários deverão ter experiências próximas aos testes de laboratório, tendo acesso à velocidade máxima de download. Mas os benefícios não deverão ficar restritos aos usuários do 5G.
Mesmo sem utilizar a nova tecnologia, os usuários do 4G deverão sentir melhoras no tráfego de dados, já que haverá menos pessoas usando essa frequência. O menor número de dispositivos conectados pode ajudar a reduzir momentos de lentidão e até gerar aumentos de velocidade média.
"A quantidade de pessoas não aumenta de uma hora para outra, Fortaleza tem quase 3 milhões de pessoas, mas na segunda-feira, parte vai migrar para a tecnologia da 5G, quem tiver aparelhos celulares que aceitem essa tecnologia. Lógico que desafoga um pouco o tráfego na rede de 4G e na rede de 5G vai estar na capacidade de laboratório porque vai ter pouca gente usando", explicou Barbosa.
A perspectiva foi corroborada por Euclides Lourenço Chuma, membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).
O 5G oferece velocidades para baixar e enviar arquivos muito mais rápidos. As bandas atuais já estão congestionadas, levando a falhas no serviço, especialmente quando em uma mesma área, muitas pessoas acessar serviços móveis ao mesmo tempo”
Mesmo considerando dos ganhos iniciais e as estimativas feitas em laboratório, Aminadabe ponderou que alguns dos usuários do 5G poderão registrar velocidades abaixo do limite máximo para a frequência. Segundo ele, os testes em cidades onde a tecnologia já está ativa, a velocidade média registrada tem sido de 500 mbps.
O valor, contudo, ainda representaria uma velocidade 5 maior à média do 4G no Brasil, que gira em torno de 50 mbps.
Contudo, apesar da redução de patamar registrado no dia a dia, o professor da UFC destacou que a tecnologia do 5G deverá revolucionar muitas áreas e serviços da economia, impulsionando a computação em nuvem e reduzindo os custos dos dispositivos móveis, que não precisarão de um processamento tão robusto.
"Vai ocorrer uma revolução nos equipamentos e o que será desenvolvido. Teremos, por exemplo, o desenvolvimento da computação em nuvens. Tudo vai poder ser remoto, como o processamento de consoles. Em 2032, em teoria, o usuário comum não precisaria desses mega-telefones ou computadores para grandes processamentos porque teremos um mecanismo de transmissão de dados muito mais ágil do que temos hoje", explicou.