O mercado de veículos seminovos e usados no Ceará ainda está se recuperando, tendo registrado uma alta de 2,7% nas vendas em julho deste ano ante junho, segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).
Com esse cenário de melhora, puxado por condições de mercado, a previsão é de que os veículos tenham uma redução de 4,25% no preço durante segundo semestre de 2022.
A perspectiva, apresentada pelo presidente do Sindicato dos Revendedores de Veículos Automotores Estado (Sindivel), Everton Fernandes, representa a previsão de que o preços dos seminovos e usados no Ceará deverão ter uma redução geral de 10% até o fim de 2022, na comparação com o ano passado. Contudo, o preço desses automóveis já teria baixado 6% durante o primeiro semestre, restando uma variação de 4 pontos percentuais.
Apesar da expectativa positiva, essa flutuação não deverá fazer com que os carros voltem ao patamar de preço registrado antes da pandemia. Desde o início da crise gerada pela covid-19, segundo Fernandes, os carros usados já registraram um encarecimento de aproximadamente 28%.
Para o presidente do Sindivel, além do movimento de reestruturação da economia após a crise, a estabilização das taxas de juros podem ser apontadas como motivos para a redução de preços dos seminovos e dos usados.
"Ainda no acumulado do ano ainda estamos em queda de 10%, mas já demos uma melhora por alguns motivos, e a tendência é que no segundo semestre a gente recupere as vendas do primeiro. O preço dos carros subiu entre 27% e 28%, então eles ficaram caros e os juros também subiram bastante. Mas já tivemos uma redução de 6% dos preços dos veículos e as taxas de juros estabilizaram, com uma flexibilidade maior, com acesso ao crédito sendo muito menos restritivo", explicou Fernandes.
"Estamos saindo de um aumento de preços para uma queda desses valores e com as taxas de juros mais estabilizadas, é um cenário positivo, mas não esperamos nada além de uma queda de 10% no ano ante 2021", completou.
Usando a previsão do presidente do Sindivel e uma pesquisa direta feita pelo Diário do Nordeste, estimamos os novos preços dos carros mais vendidos no Ceará segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Preço atual: R$ 51 mil a R$ 56 mil
Preço novo: R$ 48,83 mil a R$ 53,63 mil
Preço atual: R$ 50 mil a R$ 60 mil
Preço novo: R$ 47,87 mil a R$ 57,45 mil
Preço atual: R$ 50 mil a R$ 60 mil
Preço novo: R$ 47,87 mil a R$ 57,45 mil
Preço atual: R$ 70 mil a R$ 80 mil
Preço novo: R$ 67,02 mil a R$ 76,60 mil
Preço atual: R$ 120 mil
Preço novo: R$ 114,9 mil
Preço atual: R$ 60 mil a R$ 86 mil
Preço novo: R$ 57,45 mil a R$ 82,34 mil
Preço atual: R$ 120 mil
Preço novo: R$ 114,9 mil
Preço atual: R$ 53 mil a R$ 57 mil
Preço novo: R$ 50,74 mil a R$ 54,57 mil
Preço atual: R$ 75 mil a 120 mil
Preço novo: R$ 71,81 mil a R$ 114,9 mil
Preço atual: R$ 70 mil a R$ 95 mil
Preço novo: R$ 67,02 mil a R$ 90,96 mil
Com condições melhores, considerando o mercado e as taxas de juros – que devem ficar mais baixas nos próximos meses –, Fernandes projetou que as vendas de seminovos e usados supere o resultado acumulado entre janeiro e julho (queda de 10% em 2022 ante 2021) e apresente um crescimento de 3% nos 12 meses.
O desempenho positivo deverá passar pelo aumento da média mensal de vendas de veículos até o fim do ano, passando dos atuais 15 mil automóveis negociados para um total de 20 mil usados e seminovos sendo vendidos.
"Em ano de eleição, tem muita instabilidade de mercado, mas, por outro lado, contrabalanceando, temos o dinheiro das campanhas sendo injetado na economia, então esperamos recuperar as vendas, e estamos especulando crescer 3% em relação ao ano passado", disse.
Everton Fernandes, contudo, afirmou não haver uma expectativa dos preços dos carros usados voltar ao patamar pré-pandemia.
"Isso vai ser difícil, qualquer previsão vai depender de muitos fatores, até externos à nossa economia, como guerras e falta de componentes, então para retornar o que era antes, deve ser a conta-gotas. Agora, essa tendência de queda é forte, e somente um cenário fora de contexto normal da economia ou política, poderia evitar essa tendência", disse Fernandes.