Você já ouviu falar em diabetes gestacional? O tema é um daqueles que podem assustar as mulheres durante a gravidez e necessita de cuidados para que não haja complicações tanto para a mãe quanto para os bebês.
A doença é caracterizada, segundo a obstetra Cinara Eufrásio, por valores elevados de glicose no sangue durante a gestação. A condição pode ser diagnosticada em dois momentos da gravidez através de exames que são realizados no início ou entre 24 e 28 semanas.
“Já nos primeiros exames laboratoriais ao início do pré-natal, quando a glicemia sérica de jejum é maior ou igual a 92. Ou na curva glicêmica, entre 24 e 28 semanas de idade gestacional, quando pelo menos (e basta um) um dos valores da curva está alterado, sendo os valores normais <92, <180 após 1 h e <153 após 2h”, explica a médica.
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Para evitar ter diabetes gestacional, a especialista recomenda que as mulheres mantenham hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade física regular antes e durante a gravidez. A médica lista ainda cinco fatores de risco:
Outro ponto destacado por Cinara é de que é possível controlar a diabetes gestacional com mudanças no estilo de vida. “Estima-se que até 80% das pacientes que sigam as orientações de mudança de estilo de vida (adequando hábitos alimentares e prática de atividade física para o recomendado na gestação) consigam atingir o controle glicêmico desejado”.
Já para quem não consegue atingir os índices desejados de glicemia com a mudança de hábitos, a especialista afirma que há um tratamento medicamentoso com insulina que pode ser indicado.
Após o parto, segundo a profissional, os níveis de glicose costumam se normalizar rapidamente, No entanto, ela alerta que a gestante que teve diabetes gestacional tem um risco entre 3-65% de ter o diagnóstico de diabetes tipo 2 no futuro.
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Cinara esclarece que a “gravidez é um estado de resistência insulínica (por conta de hormônios que são produzidos pela placenta ou aumentados durante a gestação). Em gestantes saudáveis, a produção de insulina aumenta, no entanto, esse mecanismo não acontece em pacientes que estejam com sua capacidade de produção de insulina no limite”.
A mulher que já engravida sabendo que possui um diagnóstico de diabetes mellitus deve, conforme a médica, receber as mesmas orientações da gestante que recebe o diagnóstico de diabetes na gravidez. “Ou seja: controle glicêmico rigoroso, controle nutricional, prática de atividade física regular”.
A especialista acrescenta ainda que é imprescindível lembrar para essas pacientes “da importância do controle glicêmico antes mesmo de engravidar, uma vez que níveis glicêmicos muito altos no início do pré natal (primeiro trimestre) predispõem a malformações fetais, como cardiopatias”.
O bebê também pode ter consequências em casos de diabetes gestacional. De forma imediata, de acordo com a médica, há um aumento de peso da criança e também do líquido amniótico, que eleva a diurese fetal.
“Essas alterações podem aumentar os riscos de complicações durante o parto por desproporção com o canal de parto ou má acomodação do bebê no canal de parto. O risco mais grave, é de óbito fetal intrauterino, uma vez que o sangue materno com níveis elevados de glicose, não consegue oxigenar o bebê de forma adequada”, finaliza.