Ao se descobrir grávida, muitas são as dúvidas e preocupações relacionadas à saúde que afloram nas mulheres. Dentre as condições que podem surgir nesse período e causar aflição, uma delas é a pré-eclâmpsia. Esta é definida, pela ginecologista e obstetra Roberta Simonaggio, como uma doença hipertensiva que ocorre na gestação.
A condição é diagnosticada, conforme a especialista, quando se encontra hipertensão materna após as 20 semanas de gestação e associada à proteinúria, o qual significa que há um aumento do fluxo renal sanguíneo, resultante da alta taxa de proteína no sangue.
“É importante, também, a gente destacar que a hipertensão arterial é diagnosticada quando há pressão igual ou acima de 14.9 e esse quadro é bastante comum entre pacientes, principalmente as que estão acima do peso ou que já tenham alguma comorbidade”, complementa.
A obstetra diz ainda que, em muitos casos, a paciente com pré-eclâmpsia não apresenta nenhum sintoma. No entanto, em casos mais graves, ela pode apresentar sintomas como: cefaléia, turvação visual e dor abdominal.
É possível tentar evitar a doença, de acordo com Roberta, através do uso de cálcio e aspirina em paciente diagnosticadas como de risco para pré-eclâmpsia. Já o tratamento é feito com uso de medicações anti-hipertensivas e, em casos de iminência de eclampsia, do uso de medicações específicas.
“Em alguns casos, é preciso usar medicações associadas e, em algumas pacientes, sulfato de magnésio. dependendo do tempo de gestação. Também são aplicados medicamentos pra proteção do feto ainda no útero materno, com uso de magnésio ou corticoide, por exemplo, visando inclusive a proteção do cérebro do próprio bebê”, acrescenta.
O que a pré-eclâmpsia pode causar
Conforme a médica, a doença é a principal causa de prematuridade eletiva no Brasil e uma das causas de mortalidade materna e perinatal. “A pré-eclâmpsia implica em limitações definitivas na saúde materna e graves problemas decorrentes à prematuridade”, ressalta.
A obstetra explica que pré-eclâmpsia pode gerar danos irreversíveis à mãe, na parte dos órgãos, como rim, fígado, cérebro, e ao filho, que prematuramente pode ter alguma malformação dos órgãos ou longos períodos de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de, em casos mais graves, levar à morte.
Quais os riscos?
Os riscos para a gestação são de antecipação do parto, descolamento prematuro de placenta e alterações da saúde materna e fetal. Já para o bebê, a pré-eclâmpsia pode levar a quadro de restrição de crescimento fetal, diminuição de líquido amniótico, sofrimento fetal e morte fetal.