Você sabia que a vitamina B12 é uma daquelas que o corpo não produz, mas é fundamental para diversas funções do organismo? Também conhecida como cobalamina, ela é principalmente encontrada em alimentos de origem animal e sua deficiência pode levar a uma série de problemas de saúde, como a anemia megaloblástica.
A endocrinologista Ana Flávia Torquato explica que as principais funções dessa vitamina são: “auxiliar a produção de glóbulos vermelhos no sangue, manter a saúde do sistema nervoso e a função cognitiva, contribuir no metabolismo de ácidos graxos, ajudando o corpo a converter gorduras em energia utilizável, e participar na síntese do DNA e RNA, as moléculas responsáveis pelo armazenamento e transmissão das informações genéticas”.
Esta vitamina é encontrada, conforme a médica, principalmente em alimentos de origem animal, por isso, ela é escassa em frutas e verduras. Há exceções de fontes vegetais que podem conter pequenas quantidades de cobalamina “No entanto, estas não fornecem uma quantidade significativa de vitamina B12 e não são uma fonte confiável para atender às necessidades diárias dessa vitamina”, ressalta.
São exemplos de fontes vegetais que possuem pequenas quantidades de cobalamina as algas marinhas e alimentos fermentados, como chucrute. Outra fonte são cereais enriquecidos com vitamina B12.
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Sobre o quanto se deve consumir dessa vitamina por dia, a médica detalha que os valores de referência típicos para os níveis dela no sangue estão na faixa de 200 a 900 picogramas por mililitro (pg/mL), podendo ter pequenas variações entre cada laboratório. A especialista lembra que, dependendo de características individuais, este número pode variar.
“É importante ressaltar que metas diferentes são usadas dependendo de características individuais; por exemplo, usamos o valor de mínimo normal de 400 em pessoas com diabetes ou após cirurgia bariátrica; Além disso, a interpretação dos níveis de B12 deve levar em consideração os sintomas clínicos e o histórico médico da pessoa”.
Para quem não consegue ingerir a quantidade ideal dessa vitamina através da alimentação, a endocrinologista afirma que é possível fazer reposição “de maneira simples e barata”. Segundo ela, existem tanto formulações orais como ampolas para uso intramuscular.
Grandes quantidades de vitamina B12 podem levar a problemas como reações alérgicas, erupções cutâneas, acne, interferência com medicamentos como aqueles usados no tratamento de epilepsia e Parkinson, e problemas gastrointestinais como diarreia ou desconforto abdominal.
De acordo com a profissional, esse consumo excessivo geralmente ocorre devido à suplementação em doses muito alta.
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Já a deficiência da vitamina B12 pode levar a uma série de problemas de saúde, pois, conforme Ana Flávia Torquato, a cobalamina desempenha papéis vitais no corpo. “Alguns dos problemas mais comuns e sérios associados à falta dessa vitamina incluem anemia megaloblástica, redução das células do sangue e danos no sistema nervoso levando a sintomas neurológicos, psiquiátricos e cognitivos”, diz.
Essa carência pode causar sintomas como fadiga, fraqueza muscular, palidez, falta de ar, formigamentos e dormências, dificuldades de equilíbrio, confusão mental, alterações de humor com sintomas de depressão, ansiedade e irritabilidade, e problemas de memória e concentração. Conforme a médica, a intensidade deles pode variar de leve a grave.
A especialista detalha que diversas razões podem causar a deficiência da vitamina B12. Sendo as mais comuns: dieta inadequada, especialmente em pessoas que seguem dietas vegetarianas ou veganas ou pessoas desnutridas, problemas de má absorção, como a doença celíaca ou a cirurgia bariátrica, o uso de medicamentos como antiácidos e metformina, doença autoimune, como a gastrite atrófica, a infecção por helicobacter pylori, e o próprio envelhecimento reduz a capacidade do corpo de absorver a vitamina.
“ A deficiência de vitamina B12 pode ocorrer mesmo quando os níveis estão dentro da faixa de referência. Portanto, a avaliação dos níveis de vitamina B12 deve ser feita por um profissional de saúde, que levará em consideração a saúde geral do paciente e outros fatores clínicos ao interpretar os valores”, reforça.