O técnico Tiago Nunes chegou ao Ceará Sporting Club com diversas missões para a sequência da temporada de 2021, mas uma das principais é a mudança de perfil tático. A competitividade precisa de maior rendimento ofensivo para se somar a solidez defensiva existente.
Com tempo para trabalhar até a estreia, a expectativa é de alteração no comportamento coletivo na Série A. E o elenco alvinegro tem o aval da nova comissão: o projeto é potencializar os jogadores atuais com o uso de diferentes posições, funções e modelos táticos de jogo.
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"As característica dos jogadores (do Ceará) são potentes fisicamente, com capacidade de jogar em mais de uma função pela perfomance que já vem apresentando em várias temporadas. Falei isso aos atletas. O Ceará está crescendo, a cada ano demonstra crescimento e competir por títulos. Me seduz esse tipo de desafio, esse tipo de perfil de jogador", declarou.
Para tal, é necessária adaptações no padrão apresentado pela equipe nos últimos anos. No momento de destaque sob comando de Guto Ferreira, o time adotava principalmente o 4-2-3-1, com uso de transições rápidas, velocidade nas pontas e uma forte marcação no meio-campo.
Os conceitos podem tornar a equipe mais propositiva, ou seja, com predisposição ao ataque. Após estudo detalhado do elenco, Tiago Nunes acredita que as peças disponíveis apresentam as características necessárias para implementar funções pontuais e evoluir.
"Em uma competição com tantos jogos, calendário com descanso cada vez mais apertado, a qualidade técnica cai. Devemos aproveitar defensivamente o que já se tem, que é uma equipe muito estruturada, com transições fortes e fisicamente também, e tentar explorar, no tempo certo, os jogadores que tem exponencial para poder resolver dentro de cada momento", explicou.
Na leitura do futebol contemporâneo, dois termos estão muito presentes no discurso atual: função e posição. Na apresentação no Ceará, o próprio Tiago Nunes fez um paralelo com as nomenclaturas.
"Existe uma diferença signficativa entre posição e função. Se a gente pegar o desenho tático, uma visão aérea por exemplo, a posição as vezes nos mostra um 4-4-2, 4-2-3-1 ou 4-3-3, mas a função varia de acordo com o jogo, de onde os espaços serão oportunizados para ser tirar proveito do adversário, de qual jogador tem que colocar em cada setor. Então tem que ter conexão entre lateral, meia e atacante do mesmo setor. E isso faz um lado forte defensivo, ou de mais construção e velocidade. Essas alternâncias variam de acordo com o que vamos encontrar no perfil do grupo, do jogo e do adversário", detalhou.
Assim, é importante definir os dois aspectos. A posição é a região de campo ocupado por um jogador, o espaço que deve ter como referência no esquema tático. No 4-2-1-3, o meia é o atleta que fica na frente dos volantes e atrás da linha ofensiva formado por três atacantes.
Já a função atende ao modelo de jogo, o que o referido jogador deve fazer naquela faixa de campo. O elemento envolve os comportamentos dele com e sem a bola, em momentos de ataque e defesa.
No caso alvinegro, há diversas peças no elenco que podem desempenhar diferentes posições e, consequentemente, receber mais funções no jogo. Traçando o retrospecto da carreira, alguns que possuem essa polivalência ja exerceram no Ceará.