A Libertadores de 2022 está marcada pelo racismo. A injúria racial sempre existiu, mas cresceu na atual edição da principal competição de clubes da América do Sul, principalmente contra o Brasil. A cada jogo, um novo episódio nas arquibancadas. E a Conmebol “fecha os olhos” e liga a impunidade.
O sentimento de nojo toma conta do torneio. Foi assim em Buenos Aires, com um torcedor do River Plate arremessando uma banana na torcida do Fortaleza. Em São Paulo, com apoiadores do Boca Juniors imitando macacos corintianos. No Equador, quando os alviverdes do Palmeiras foram alvos. E no Chile, com o Flamengo.
Os casos se multiplicam, e o deboche toma conta dos racistas. O argentino Leonardo Ponzo, que imitou um macaco para os apoiadores do Corinthians em Itaquera, foi solto com pagamento de fiança e depois ainda postou uma foto, com a frase “aqui não aconteceu nada” e uma imagem de macaco.
Para a Conmebol, o racismo tem um preço. Não há banimento do clube, pontos perdidos, jogos sem torcida ou imposição de trabalhos de conscientização/educação. A pena é uma multa de 30 mil dólares (cerca de R$ 150 mil) para a instituição. Assim, a imensidão do silêncio é soberano, sem nada mais aqui.
Aos times brasileiros, o momento é de união. As cobranças devem existir, as manifestações de repúdio e o abraço ao nosso eixo cultural, aos torcedores. A CBF também tem essa missão, de brigar por mais igualdade e respeito no eixo sul-americano. Hoje, o racismo deve acabar em toda esfera.
A torcida do Fortaleza prepara um mosaico com mensagens contra o racismo na partida diante do River Plate, da Argentina, na próxima quinta-feira (5), às 19h, no Castelão. Será o reencontro dos clubes após o episódio racista do torcedor argentino.
A ação visa promover a conscientização frente aos atos racistas e xenofóbicos que se acumulam no futebol. Com organização da Equipe Mosaico, da TUF e do marketing do Fortaleza, são planejados dois mosaicos, faixas com frases e também um resgate de jogadores alvos de racismo, em demonstração de apoio.
O objetivo é dar uma resposta que represente a luta contra o racismo no contexto nacional. O apelo partiu da própria torcida e também de torcedores de outros times que se manifestaram sobre os episódios. A iniciativa ainda deve se estender aos torcedores do River que estarão no estádio, com algumas mensagens presentes no setor dos visitantes.