Toninho Cerezo diz que sofreu preconceito no futebol por ter filha transexual

Cerezo fala sobre relação com a filha e afirma que foi demitido por preconceito

Legenda: Toninho Cerezo diz que já sofreu preconceito no futebol
Foto: Reprodução/Internet

Em entrevista ao UOL Esporte, Toninho Cerezo falou sobre o preconceito que sofreu sobre a identidade de gênero da filha Lea. Segundo o ex- volante, ele foi até demitido do cargo de treinador por transfobia. 

O ano da demissão foi em 2010. Após quatro anos trabalhando na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes, Cerezo tinha voltado ao Brasil e era técnico do Sport. Na época, o presidente do Sport era Sílvio Guimarães, que negou o pedido em comunicado oficial.

"Não se pode e nem se deve creditar ao trabalho do referido profissional os resultados das duas últimas partidas. A diretoria do Sport Club do Recife reafirma a sua inteira confiança no trabalho desenvolvido pelo Toninho Cerezo, um dos melhores, mais sérios e honrados profissionais do futebol brasileiro", escreveu o Sport na época. Mas dias depois demitiu Cerezo, após empate com o Náutico, e o treinador ficou chateado. 

Na entrevista para o UOL, Cerezo afirma  que tem "quase certeza" que a demissão teve relação com preconceito contra Lea.

"Na época, para o mundo do futebol, você precisava ver. Eu estava treinando um time, acho que era o Sport, e eu tenho quase certeza que eles me mandaram embora por causa disso. Eu acho que foi, espero que não, espero que eu esteja errado", disse.

O Diretor Gustavo Dubeux que era o diretor da epoca do Sport foi procurado pelo o site UOL Esporte e ele negou o motivo da demissão com o preconceito. 

"Não teve a ver. Acho que houve algum engano, pois não foi falado nada sobre a filha de Cerezo no Sport",

Lea, filha de Cerezo

Legenda: Lea tinha medo do pai sofrer preconceito
Foto: Reprodução/Instagram

Lea, filha de Cerezo afirma que teve medo de prejudicar a carreira do pai e que o seu nome inicialmente era Riccardo e que não queria que falassem Cerezo, pois tinha medo pelo pai. 

"Meu pai foi tão maravilhoso que, quando falaram isso [ser prejudicado por causa da filha], ele me ligou: 'Lea, eu posso perder todo o trabalho do mundo, ir para rua, mas terei orgulho de ser seu pai e não quero que pense que sua felicidade tem que depender do meu trabalho".

Sobre não treinar muito no Brasil

O ex-volante inicou sua carreira no Atlético-MG e teve uma passagem pelo Vitória antes de fazer carreira no Kashima Antlers (JAP), em que ficou seis anos. Retornou a treinar o Galo e o Guarani, mas logo foi para o Oriente Médio, trabalhando na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes.Quando voltou ao Brasil, foi para o Sport.

"Eu trabalhei mais fora. O problema é que não tive ainda muita oportunidade aqui. No Brasil é muito difícil, e cada vez piora mais. Tem uma nova geração muito grande, muito garoto aí, muita gente no mercado, né, muito compromisso de diretores com treinadores. Se você não entrar nessa temática aí, você tem dificuldade", disse, mas confessou que não desiste apesar de seu último trabalho ter sido em 2015.

 


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