O Comitê Organizador de Paris 2024 quer construir uma torre no meio do mar do Taiti para o surfe nas Olimpíadas. A disputa , que será realizada em Teahuppo, mas a obra, avaliada em U$S 5 milhões (o equivalente a R$ 25 milhões), tem sido um problemas para os taitianos, pois a estrutura trará impacto ambiental mesmo após o encerramento dos jogos olímpicos. As informações foram divulgadas pelo jornal britânico The Guardian.
Moradores locais e apoiadores das causas ecológicas realizaram protestos contra a montagem dessa estrutura no mar devido ao impacto ambiental que a obra pode causar.
Teahupoo costuma receber essa torre quando é a sede dos eventos da WSL, porém ela é desmontável e após o encerramento do evento, todos os materiais são guardados para que no ano seguinte voltem a montá-la novamente. A torre precisa ser montada pois, nessa praia, as ondas são formadas longe da costa. Estando nela, juízes e dirigentes conseguem ter um melhor visão para avaliar a onda surfada.
"Esta caminhada pacífica não é contra os Jogos Olímpicos, mas contra a nova torre de julgamento de alumínio que eles querem construir no recife. É aqui que obtemos a nossa comida, onde brincamos, onde passamos a maior parte do nosso tempo e onde temos a onda mais perfeita do mundo. É uma herança dos nossos antepassados que precisamos preservar", disse Matahi Drollet, um dos representante dos protestos.
Em sua defesa, o Comitê Organizador das Olimpíadas descarta toda e qualquer possibilidade de dano ecológico ao Taiti e ressalta que com a torre permanente, a comunidade do surfe local só tem a se beneficiar, já que a estrutura poderá ser utilizada para outros eventos futuros.
E QUAL O PROBLEMA?
Em todos os anos, a torre de julgamento é montada dentro do mar de Teahupoo e desmontada após os eventos. Algumas peças já foram trocadas, as a torre é a mesma usada há 20 anos.
Para as Olimpíadas, o Comitê Organizador precisa que a torre seja maior e mais complexa, com acomodação para mais pessoas, precisa que se tenha um padrão de segurança, sala climatizada para os jurados, energia elétrica, água encanada para os banheiros e cabos de internet de alta velocidade, e nesse caso a torre não seria desmontada e seria deixada dentro do mar para eventos futuros.