Eliminatórias Sul-Americanas começam com cenário preocupante

Ainda com altas taxas de contaminação por Covid-19 no continente, principalmente no Brasil, eliminatórias têm início hoje com 10 equipes disputando quatro vagas diretas e uma na repescagem para a Copa de 2022

Legenda: Neymar sentiu dores nas costas e passou a ser dúvida na Seleção

Hoje finalmente terão inicio as eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo do Catar, em 2022, que deveriam ter começado em março. Mas como aconteceu com todos os eventos esportivos, as eliminatórias foram afetadas pela pandemia do novo coronavírus, com a Fifa e a Conmebol precisando se desdobrar para alinhar uma nova data de início para a competição que já é problemática pela logística, adequação de datas e liberação de jogadores de seus clubes.

Tudo isso foi agravado pela pandemia, com as entidades divulgando uma série de protocolos sanitários, de registro de jogadores e exceção na liberação de atletas.

A Conmebol confirmou apenas em setembro as datas das primeiras rodadas e garantiu que o presidente da Fifa, Gianni Infantino, "expressou o desejo de que todas as seleções cheguem às Eliminatórias em igualdade de condições".

Pressionada pelas associações nacionais que são membros da Conmebol, a Fifa disse que fará cumprir os regulamentos que obrigam os clubes a liberar os jogadores para as partidas de suas respectivas seleções. O grande problema é a exigência do período de quarentena por parte dos países onde moram vários jogadores. Algumas confederações chegaram a pedir um novo adiamento do início das Eliminatórias para novembro durante reunião com a Conmebol, mas não foram atendidas.

Jogos

Sem o adiamento, ficou acertado que hoje jogam Paraguai x Peru (Assunção, 19h30), Uruguai x Chile (Montevidéu, 19h45) e Argentina x Equador (Buenos Aires, 21h10). Amanhã, além do jogo do Brasil (na Neo Química Arena, em São Paulo, às 21h30, teremos Colômbia e Venezuela (Barranquilla, 18h30).

Dia 13 (terça-feira), será rodada cheia, contando com Peru x Brasil. Jogam Bolívia x Argentina (La Paz, 16h), Equador x Uruguai (Quito, 16h), Venezuela x Paraguai (Merida, 18h) e Chile x Colômbia (Santiago, 20h).

A Conmebol alterou o horário da partida entre Peru e Brasil marcada para o dia 13 de outubro em Lima, pela segunda rodada, devido ao toque de recolher que vigora no país por causa da Covid-19.

As dez seleções do continente vão se enfrentar em duelos de ida e volta. Após 18 rodadas, as quatro primeiras se classificam para o Mundial e a quinta disputa uma vaga na repescagem, contra rival ainda a ser definido.

Devido aos protocolos sanitários, os jogos acontecerão de portões fechados, com a competição começando sem sua característica mais marcante, o ambiente nos estádios. A mítica La Bombonera, Defensores del Chaco, Centenário de Montevidéu, Metropolitano na Colômbia, e os estádios Nacional no Chile e Peru são locais tradicionalmente de muita pressão contra os adversários.

Dentro das quatro linhas, Brasil e Argentina seguem como favoritos na disputa e devem conseguir a classificação sem sustos. Para as duas vagas restantes, Uruguai e Colômbia, despontam como favoritos, mas Peru, Paraguai e Chile podem surpreender. Em um nível abaixo estão Equador, Venezuela e Bolívia.

Preocupação

A FIFPro, o sindicato global de jogadores, demonstrou estar preocupado com os jogos das Eliminatórias Sul-Americanas. As altas taxas de contaminação por Covid-19 no continente, principalmente no Brasil, ligaram um sinal de alerta na entidade em relação às dificuldades de viagens para atletas que atuam na Europa.

As fronteiras estão fechadas em vários países - onde as exceções teriam que ser acordadas com os governos para a entrada das equipes - e há altos índices de infecções na América do Sul. Os principais jogadores sul-americanos atuam na Europa como o argentino Lionel Messi, o brasileiro Neymar e o uruguaio Luis Suárez, principais estrelas do futebol no nosso continente.

No protocolo criado pela Fifa não há um mínimo de jogadores saudáveis para que cada seleção possa entrar em campo, situação prevista nos protocolos da Uefa e da CBF, que exigem 13 atletas.

A entidade máxima do futebol, contudo, aconselha a "ampliar o plantel de jogadores disponíveis enquanto estiverem em vigor as restrições relativas à pandemia de Covid-19".

No caso da Seleção Brasileira, o técnico Tite convocou 23 jogadores, como faz em praticamente todas as suas listas. Já as rivais sul-americanas, em sua maioria, chamaram 30 ou mais atletas. Tite não quis retirar ainda mais jogadores dos clubes neste momento.

Para a estreia nas eliminatórias, Tite ganhou um problemão de última hora: o atacante Neymar deixou o treino de ontem por conta de dores na região lombar e passou a ser dúvida para a estreia do time brasileiro.