Com previsão de 250 atletas, Brasil terá recorde na Paralimpíada

Delegação será a maior da história do paradesporto do País. A agenda prevê chegada em Hamamatsu, a 260 quilômetros de Tóquio, em 4 de agosto, para início da aclimatação. Os Jogos vão de 25 de agosto a 6 de setembro

Legenda: Delegação brasileira na Paralimpíada será a maior da história
Foto: Daniel Zappe

São menos de 200 dias para o início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. O Brasil está na contagem regressiva para a disputa, na qual terá delegação recorde. A estimativa da comissão técnica é embarcar para o Japão com cerca de 400 integrantes, sendo 250 atletas. Os números serão definidos no mês de maio, quando o Comitê Paralímpico do Brasil (CPB) enviará a pré-lista de inscritos.

O País tem 90 vagas confirmadas. O número está longe do previsto porque ainda não estão definidos, por exemplo, os índices e a quantidade de provas no atletismo e na natação. Nessas duas modalidades foram considerados somente os brasileiros que garantiram a vaga pelo título de Mundiais.

Destaques para Petrúcio Ferreira, que em Dubai se tornou o paralímpico mais rápido do mundo entre todas as classes, e Daniel Dias, que buscará o 15º ouro paralímpico na natação.

No esporte adaptado há a particularidade de avaliação de quantas classes de cada modalidade serão disputadas. É comum ocorrer a união entre duas classes próximas quando poucos atletas obtêm índice para uma prova. O Brasil aguarda também a disputa do pré-olímpico de rúgbi, em março. "Se classificarmos, participaremos de todas as modalidades menos o basquete, que não temos mais chances", disse Alberto Martins, diretor técnico do CPB.

Alberto chefiará a delegação brasileira pela 4ª Paralimpíada consecutiva. Na opinião dele, a logística será semelhante à dos Jogos de Pequim. No momento, a comissão técnica está definindo qual será o trajeto da viagem. "Não é só questão de preço, mas de logística. Em alguns países é mais difícil fazer escala, porque tem de despachar a bagagem novamente, precisa de visto...".

O Brasil deve enviar 80 cadeiras de rodas para o Japão. A delegação chegará em 4 de agosto, em Hamamatsu, a 260 quilômetros de Tóquio, para início da aclimatação. Dia 18, vai para a Vila dos Atletas. Os Jogos Paralímpicos ocorrem entre 25 de agosto e 6 de setembro. A meta do Brasil é ficar entre o Top 10 no quadro de medalhas em Tóquio.

Para isso, terá de conquistar entre 60 e 75 pódios.

Multimedalhistas

Alberto alertou que a Paralimpíada no Japão deve marcar o fim dos atletas que faturam quatro, cinco medalhas. Isso também significa que mais competidores subirão ao pódio. Essa mudança envolve uma série de fatores, entre eles a modificação na maneira como é feita a classificação e o aumento da competitividade no esporte paralímpico.

"Minha hipótese é que cada vez mais haverá especialização em uma prova. Até agora a gente viu na natação, por exemplo, o mesmo atleta disputar os 100m, 200m, e 400m, ganhando em todas. Acho que isso está mudando. Não vai dar mais para fazer prova de velocidade e meio fundo, por exemplo. A era dos multimedalhistas está fadada a diminuir ou acabar", disse.

As reclassificações de classe geraram muita polêmica em 2019, pois ocorreu no meio de um ciclo olímpico. Para diminuir a polêmica, o IPC já informou à comissão técnica brasileira que no início de 2021 fará nova análise das classes.